Ano A | 14ª
Semana Comum | Quinta-feira | Mateus 10,7-15
(13/07/2023)
Na primeira parte da formação missionária que Jesus
oferece aos seus discípulos missionários, depois de escolhê-los entre um grupo
maior, Jesus delimitava o campo prioritário no qual deveriam agir: o povo
cansado e abatido, ou as ovelhas perdidas da casa de Israel. Os samaritanos e
pagãos ficariam para o segundo momento. No texto de hoje, Jesus fala das
tarefas (v. 7-8), do suporte (v. 8-10) e do impacto dessa missão (v. 11-15).
Em relação ao que fazer, Jesus ensina que se trata
de anunciar alegremente que o Reino de Deus chegou, e de demonstrar isso com
sinais concretos, exatamente como ele mesmo fez: curar doentes, purificar
leprosos, ressuscitar mortos, enfim: a mesma missão de Jesus, que é devolver
vida e cidadania aos excluídos e sofredores. Isso significa que os discípulos
missionários precisam continuar a missão de Jesus, estendendo-a no tempo e no
espaço.
Em relação ao estilo de vida ou ao suporte material
da missão, trata-se de dar testemunho de despojamento, evitar ser pesado para o
povo, não buscar vantagens, deslocar-se discretamente pelas estradas, abraçar a
impotência e confiar na hospitalidade do povo e na providência de Deus, fazer
das casas o foco irradiador da novidade do Reino de Deus, não forçar nem impor
nada.
No que se refere ao impacto da missão realizada, o
discípulo missionário deve contar com a acolhida benevolente, mas também com a
resistência e a recusa de outros. Diante da recusa, não há lugar para a
lamentação nem para a ameaça: os discípulos devem continuar a missão noutro
lugar e dirigir-se a outras pessoas. Sacudir a poeira dos pés significa dizer
que a oportunidade foi concedida, maior que a Sodoma e Gomorra, e que a
responsabilidade pelas consequências não recaiu sobre o missionário.
Focado
no anúncio do Reino de Deus e tendo Jesus como modelo, para não afastar e criar
dependência o/a discípulo/a missionário/a não cria falsas expectativas nem
exibe poder. Vive em si mesmo/a a novidade do Reino de Deus, abrindo as
fronteiras e libertando-se dos vínculos familiares e sociais demasiadamente
estreitos, e isso basta. Livre do compromisso com qualquer ideologia fechada e
mesquinha, vive a profecia, a autocrítica e a coerência.
Meditação:
·
Deixe que ressoe em
você e rumine por um instante cada uma das recomendações de Jesus aos
discípulos que ele envia
·
Qual dessas
recomendações lhe parece mais relevante para as comunidades e seus
missionários/as hoje?
·
Quais seriam as
atitudes e ações prioritárias que poderiam assegurar a credibilidade da
evangelização hoje?
·
Que atitudes costumamos
tomar diante das pessoas e grupos que se fecham ao Evangelho?
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