quarta-feira, 12 de julho de 2023

O Evangelho de cada ia (46)

Ano A | 14ª Semana Comum | Quinta-feira | Mateus 10,7-15

(13/07/2023)

Na primeira parte da formação missionária que Jesus oferece aos seus discípulos missionários, depois de escolhê-los entre um grupo maior, Jesus delimitava o campo prioritário no qual deveriam agir: o povo cansado e abatido, ou as ovelhas perdidas da casa de Israel. Os samaritanos e pagãos ficariam para o segundo momento. No texto de hoje, Jesus fala das tarefas (v. 7-8), do suporte (v. 8-10) e do impacto dessa missão (v. 11-15).

Em relação ao que fazer, Jesus ensina que se trata de anunciar alegremente que o Reino de Deus chegou, e de demonstrar isso com sinais concretos, exatamente como ele mesmo fez: curar doentes, purificar leprosos, ressuscitar mortos, enfim: a mesma missão de Jesus, que é devolver vida e cidadania aos excluídos e sofredores. Isso significa que os discípulos missionários precisam continuar a missão de Jesus, estendendo-a no tempo e no espaço.

Em relação ao estilo de vida ou ao suporte material da missão, trata-se de dar testemunho de despojamento, evitar ser pesado para o povo, não buscar vantagens, deslocar-se discretamente pelas estradas, abraçar a impotência e confiar na hospitalidade do povo e na providência de Deus, fazer das casas o foco irradiador da novidade do Reino de Deus, não forçar nem impor nada.

No que se refere ao impacto da missão realizada, o discípulo missionário deve contar com a acolhida benevolente, mas também com a resistência e a recusa de outros. Diante da recusa, não há lugar para a lamentação nem para a ameaça: os discípulos devem continuar a missão noutro lugar e dirigir-se a outras pessoas. Sacudir a poeira dos pés significa dizer que a oportunidade foi concedida, maior que a Sodoma e Gomorra, e que a responsabilidade pelas consequências não recaiu sobre o missionário.

Focado no anúncio do Reino de Deus e tendo Jesus como modelo, para não afastar e criar dependência o/a discípulo/a missionário/a não cria falsas expectativas nem exibe poder. Vive em si mesmo/a a novidade do Reino de Deus, abrindo as fronteiras e libertando-se dos vínculos familiares e sociais demasiadamente estreitos, e isso basta. Livre do compromisso com qualquer ideologia fechada e mesquinha, vive a profecia, a autocrítica e a coerência.

 

Meditação:

·        Deixe que ressoe em você e rumine por um instante cada uma das recomendações de Jesus aos discípulos que ele envia

·        Qual dessas recomendações lhe parece mais relevante para as comunidades e seus missionários/as hoje?

·        Quais seriam as atitudes e ações prioritárias que poderiam assegurar a credibilidade da evangelização hoje?

·        Que atitudes costumamos tomar diante das pessoas e grupos que se fecham ao Evangelho?

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