segunda-feira, 10 de julho de 2023

O Evangelho de cada dia (44)

Ano A | 14ª Semana Comum | Terça-feira | Mateus 9,32-38

(11/07/2023)

Ontem contemplamos a bela cena da cura de uma mulher que sofria de hemorragia, e de uma menina que foi “levantada” depois de ser prostrada pela morte precoce. O evangelho de Mateus registra que a notícia foi se espalhando, e assim chegou até nós. Na meditação, perguntávamos também se cremos, como a mulher e o pai da menina, que o toque de Jesus pode nos curar e levantar. No evangelho de hoje, Jesus cura um surdo-mudo, e continua sua peregrinação pelo santuário das dores humanas, anunciando o Reino de Deus, ensinando como acolhê-lo e curando enfermos.

Jesus sempre é tocado pelo sofrimento humano, mas não fica no simples sentimento. Diante de um povo abandonado à própria sorte pelas autoridades religiosas e políticas, de um povo que é descrito como cansado e abatido, espoliado e abandonado, Jesus é tomado de profunda compaixão e toma iniciativas para mudar a situação e devolver a cidadania às pessoas e grupos. A compaixão, essa capacidade de se importar profundamente com a dor dos outros, é o segredo e o motor da sua missão.

O surdo-mudo da cena de hoje é mais um exemplo vivo desse povo marginalizado e dependente. Sob a pressão do exército romano e das múltiplas carências que o encarceravam, o povo não consegue nem levantar seu próprio lamento nem gritar seu protesto. A ação de Jesus livra as pessoas desse tormento, a multidão se admira, mas os fariseus investem contra Jesus, acusando de agir em nome do demônio. Porém nada impede que Jesus continue sua missão de compaixão, anunciando a Boa Notícia de Deus, ensinando e curando.

O que ocorre é que Jesus percebe claramente que sua missão ultrapassa suas possibilidades. Ele sabe que não dará conta de fazer tudo sozinho. Ele precisa contar com muito mais gente nesse ministério da compaixão, que vence a indiferença e reconstrói a vida de um povo dilacerado. Diante da exiguidade de recursos e da pequenez da comunidade frente à extensão da missão, Jesus não desiste nem se desespera: chama-nos, envia-nos, e pede que rezemos, e busquemos mais colaboradores/as. É claro que não se trata mais de esperar passivamente por ele, clamando “só Jesus na causa!”

 

Meditação:

·    Acompanhe cada palavra e cada gesto ou ação desta cena, observando bem a atitude dos diversos personagens

·    O segredo da vida e o motor da missão de Jesus é a compaixão, seu envolvimento visceral com as pessoas que sofrem

·    O que esta cena e estas palavras de Jesus nos ensinam sobre a missão da Igreja e nossa nos dias de hoje?

·    Como você, e as lideranças da sua comunidade, reagem às críticas ou acusações frente às iniciativas de evangelização e solidariedade?

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