sábado, 29 de julho de 2023

O Evangelho de cada dia (63)

Ano A | 17ª Semana Comum | Domingo | Mateus 13,44-52

(30/07/2023)

Jesus nos apresenta a imagem da pessoa que encontra um tesouro no campo do seu patrão. Ao encontra-lo, é tomada pela surpresa, mantém o tesouro escondido e, cheia de alegria, se desfaz de tudo o que tem e compra o campo que esconde o tesouro. Para um simples empregado diarista, este é um negócio arriscado, que só se justifica pelo valor que o tesouro tem a seus olhos. Ele vende e arrisca perder tudo para ficar com o único bem que vale a pena.

Um segundo personagem que Jesus nos apresenta hoje é um comerciante de pérolas preciosas. Este sim está procurando uma pérola de grande valor e, quando a encontra, vende todos os seus bens e a compra. Este parece ser um negócio um pouco mais seguro, mas é comparável ao anterior no que diz respeito à necessidade de vender tudo para realizá-lo. Em ambos os casos, a experiência de encontrar algo precioso desestabiliza o equilíbrio dos negócios, relativiza a segurança de quem possui e chama a arriscar.

Eis o nosso desafio: tendo descoberto o valor impagável da liberdade e da vida digna de cada pessoa em sua singularidade, o horizonte deslumbrante de um mundo de irmãos e irmãs de fato, precisamos hipotecar ou subordinar tudo o mais – reputação, carreira, bem-estar individual e até família e religião – em função disso. Deus não tem tempo para tratar de pequenos negócios conosco. Seu projeto é vida abundante, para todos, e isso urge. É tudo ou nada. E é para já!

Jesus ensina que o Reino de Deus é também semelhante a uma rede lançada ao mar, que recolhe peixes bons e peixes de qualidade questionável. E nós precisamos prestar atenção à sabedoria dos pescadores e não assumir postura de juízes! Um pescador experiente sabe que não é sensato esperar que a rede recolha apenas peixes bons e apropriados para o consumo ou para o comércio.

E o trabalho árduo e criterioso de separar peixes bons e peixes ruins não pode ser feito em alto mar: fica para depois. Estre trabalho de caráter judicial não é de nossa responsabilidade, nem competência de nossas Igrejas e seus hierarcas! Somos apenas peixes, e não estamos seguros da nossa própria qualidade! Deixemos ao fim dos tempos e aos anjos de Deus essa difícil tarefa de separar.

 

Meditação:

·        Você tem consciência da preciosidade inestimável do Reino de Deus, do novo mundo, construído e habitado por homens e mulheres novos?

·        Você está disposto/a a investir tudo e ficar apenas com esse tesouro, com esse sonho para guiar sua vida?

·        Você tem evitado cair na tentação de excluir da sua família e da sua comunidade as pessoas que, no seu modo de ver, não se comportam corretamente, não estão entre “as pessoas de bem”?

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