sábado, 8 de julho de 2023

O Evangelho de cada dia (42)

Ano A | 14ª Semana Comum | Domingo | Mateus 11,25-30

(09/07/2023)

Num contexto de rejeição de sua pessoa e sua mensagem, Jesus eleva seu louvor ao Pai pelos discípulos/as humildes, cansados e abatidos que entendem e acolhem o caminho do Reino de Deus. E sublinha que é resultado do querer de Deus que a elite dos líderes do judaísmo nada consiga entender. Que o povo de Corazin e Betsaida não tenham acolhido sua mensagem e seus enviados não é um fracasso missionário, mas a realização plena de sua missão salvífica.

Esta cena é, juntamente com a transfiguração, um dos momentos culminantes do Evangelho segundo Mateus. É um gozo exultante que brota da experiência de Deus como Pai. Aqui Jesus como que se transfigura e irradia a luz de Deus, abrindo seu coração e revelando sua espiritualidade mais profunda: a predileção do Pai, seu vínculo filial e a missão que dele recebeu. Sua alegria e seu consolo é que a missão dos seus enviados tenha atingido seu objetivo: o povo simples, cansado e abatido entendeu e acolheu a Boa Notícia do Reino de Deus.

Em uma sociedade na qual o prestígio era uma forma de poder e segurança econômica, a ignorância era considerada não apenas um sinal de ausência de cultura e conhecimento, mas um fator de diminuição e desconsideração. As pessoas que desconheciam as leis eram consideradas malditas em alguns círculos judaicos. Mas, para Jesus, a dignidade e a salvação não dependem de um elevado grau de conhecimento e cumprimento do aparato legal e moral, mas da capacidade de identificar e acolher a passagem de Deus na história.

Para encontrar alívio dos fardos, devem acolher com alegria sua proposta. Sua palavra e suas ações abrem as portas da liberdade e da humanização, e todos/as precisamos aprender dele e com ele a reconhecer e promover, em palavras e ações, o Reino de Deus, que suscita e inaugura práticas, estruturas, relações, prioridades e perspectivas alternativas. Jesus convida a livrarem-se das cargas da lei e carregar um fardo mais leve: a humildade e a mansidão.

O jugo de Jesus não é canga que se impõe, amarra e domina, mas leveza que nos torna mais humanos. E ele nos convida a aprender do seu coração a mansidão e a bondade, a tolerância e a reconciliação, pois nele não há espaço para a indiferença, a vingança e a violência. O coração de Jesus, ou o Reino que ele encarna e antecipa é suave, bom e amável, é misericórdia e compaixão que afirma, reabilita e liberta os oprimidos.

 

Meditação:

·        Deixe ressoar em você o louvor orante de Jesus e seu convite intenso e caloroso para que nos aproximemos dele e aprendamos dele

·        O que a ênfase no coração, na concretude humana e na compaixão de Jesus nos ensinam?

·        Assuma a atitude contemplativa e orante de Jesus, e reze com as palavras e frases que ele nos propõe no evangelho de hoje

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