terça-feira, 18 de julho de 2023

O Evangelho de cada dia (52)

Ano A | 15ª Semana Comum | Quarta-feira | Mateus 11,25-27

(19/07/2023)

Ontem, na final da breve reflexão sobre as advertências que Jesus dirigia aos seus discípulos, dizíamos que o verdadeiro discípulo/a missionário/a, em contínua formação, não pode perder a chance de se converter, a cada dia. Conversão é tarefa que se renova a cada amanhecer! No breve texto de hoje, Jesus muda radicalmente de tom, e se dirige carinhosamente aos discípulos e discípulas, como que para consolar e fortalecer quem se sente inseguro.

Na sua lucidez, Jesus não ignora a divisão e a rejeição que seu Evangelho provoca. Mas, a partir da sua intimidade com o Pai, percebe que há gente generosa que o acolhe, adere a ele, muda o rumo da vida. E sabe que essa é a vontade do Pai: que o Reino de Deus, que pertence aos pequenos, humildes e pobres, seja por eles levado adiante. Nisso, os sábios das academias e os poderosos entronados contam pouco.

Os sábios e entendidos que se fecham à Boa Notícia do Reino de Deus são as elites culturais, políticas e religiosas, todos os grupos que se sentem superiores, sabidos e seguros, e não conseguem admitir nada além dos próprios interesses de classe. Mas, entre eles, há também outros menos elitizados, que se deixam influenciar por essa mentalidade, e se fecham à novidade libertadora de Deus: algumas cidades, gente do povo e até parentes de Jesus.

Os “pequeninos” são as pessoas humildes, sem segurança, receptivas ao Evangelho e à pessoa de Jesus, aquelas que o seguem como discípulos/as, dispostos/as e aprender sempre. São as pessoas mais vulneráveis, às vezes iludidas pelos doutores da lei, a até vistas como tolas. São as pessoas que entram para a comunidade dos discípulos/as, convictas de que mestre não é quem sabe tudo, mas quem aprende sempre.

Mas, atenção! Não é pelo fato de sermos contados/as entre os batizados/as que somos automaticamente discípulos/as e estamos livres da arrogância de quem pensa saber tudo. Na relação interna em nossas comunidades, e na postura diante das demais confissões cristãs e outras religiões, é frequente sentirmo-nos melhores, superiores/as e entendidos/as. Ou não?

 

Meditação:

·    Sublinhe ou se detenha na palavra ou frase de Jesus que lhe parece mais bela e significativa nesse momento

·    Em quais circunstâncias você se percebe agindo como sábio/a e entendido/a, que tem tudo a ensinar e nada a aprender?

·    Como poderíamos traduzir, com palavras e para as situações de hoje, essa belíssima alocução de Jesus?

·    O que fazer para deixar-se surpreender a cada dia pelas delicadezas de um Deus que tem prazer em ser acolhido pelas pessoas humildes e afirmar a dignidade das vítimas?

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