quinta-feira, 27 de julho de 2023

O Evangelho de cada dia (61)

Ano A | 16ª Semana Comum | Sexta-feira | Mateus 13,18-23

(28/07/2023)

Jesus apresentou à multidão a parábola do semeador, ao que parece, originalmente focalizada no personagem que semeia. Era uma ilustração da própria missão de Jesus. Como vimos, a compreensão das parábolas engaja os ouvintes, provoca uma tomada de posição. E, posteriormente, sua interpretação depende tanto do contexto literário original como do contexto existencial, social e eclesial do leitor.

Hoje, Mateus nos apresenta uma das possíveis interpretações da parábola do semeador. Essa releitura é feita no contexto da rejeição do Evangelho do Reino de Deus experimentada pela Igreja nascente. Por isso, o foco se desloca do semeador para o destino das sementes, para a qualidade do terreno que recebe a semeadura, vale dizer, do evangelizador para a atitude dos ouvintes do Evangelho do Reino.

Um primeiro grupo de ouvintes é aquele dos que ouvem o anúncio do Reino sem se envolver nem entender, e a novidade desaparece sem sequer ter germinado. Um segundo grupo recebe o anúncio do Reino com alegria, intuiu seu valor, mas não o aprofunda, não reflete, fica na superficialidade, e, diante da perseguição, tropeça, definha e abandona o seguimento de Jesus. Há um terceiro grupo que acolhe e compreende o Reino de Deus, mas é a ambição e não Deus que comanda suas decisões, de modo que o mistério do reino de Deus acaba asfixiado.

Na explicação que Jesus dá do dinamismo do Reino expresso na parábola, Jesus é muito realista, e constata que ¾ (ou 75%) dos seus interlocutores não compreendem adequadamente e não aderem à novidade do reino de Deus. Mas Jesus se alegra com a adesão dos 25%, da quarta parte, que é composta pelos pequenos e humildes que compreendem, assimilam e se comprometem, e se fazem seus discípulos/as.

Estes últimos são os/as discípulos/as missionários/as dão uma resposta generosa e fecunda de 100, 60 e 30 por 1! É verdade que três sobre quatro ouvintes fracassam, mas, por causa de, apenas um, a semeadura do Reino não fracassará! Não tem nenhum fundamento evangélico o medo de alguns setores da Igreja quando sugerem não arriscar o anúncio do Evangelho numa sociedade secular.

 

Meditação:

·          Você percebe que, às vezes, diante do Evangelho, se comporta como terreno duro de beira de estrada, terreno superficial e terra dominada por espinheiros?

·          Como estamos demonstrando que acolhemos com alegria, compreendemos e perseveramos no projeto do Reino de Deus ao qual Jesus nos chama?

·          Quais são concretamente os frutos do Evangelho em nossa vida, especialmente através da sua meditação diária?

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