sábado, 16 de dezembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (199)

199 | Ano B | 3ª Semana do Advento | Domingo | João 1,6-8.19-28

17/12/2023

Interrogado sobre sua identidade e sua missão, João Batista se apresenta como testemunha Luz, como sinal de algo que está chegando para vencer as trevas e os obstáculos interpostos pelas elites religiosas e políticas, como arauto de novos caminhos. “Eu sou a voz de quem grita no deserto. Endireitai o caminho do Senhor!”

Ele é voz que vem do deserto, da periferia, da margem. Ele é Voz que precede e aponta para a Palavra. Com seu batismo, João inquieta as autoridades, pois o batismo na água era um rito cívico-religioso de passagem de estado, uma mudança de senhor. E isso relativizava os poderes religiosos e políticos. Por isso, o templo envia uma “embaixada” para recolher informações sobre João.

João Batista anuncia que no meio de nós já está presente Alguém que não conhecemos, que vem antes dele e o supera e ultrapassa. Esse Alguém é penhor e início daquela mudança anunciada pelos profetas antigos e simbolizada no batismo cristão. Diante do Messias esperado, sua pregação e seu batismo se mostram relativos e insuficientes.

Mesmo sendo o maior entre os profetas, diante de Jesus João não se atreve a desatar as correias das suas sandálias, gesto que simbolizava o protesto de uma viúva diante de um cunhado que se recusasse a desposá-la e dar-lhe descendência, como mandava a tradição.

Jesus não despreza a nossa pobre humanidade. Ele nos ama profundamente e sela conosco uma aliança duradoura “na justiça e no direito, no amor e na ternura” (cf. Os 2,16-25). Ninguém desamarra a correia das suas sandálias! O Messias que esperamos é o Esposo amado e esperado há séculos, que nos gera como família e como povo.

A celebração do Natal é uma espécie de bodas de Deus conosco, e todos sabemos que a preparação de uma festa de casamento, por mais trabalhosa que seja, é sempre marcada pela esperança e pela alegria, e não pela tristeza ou pela penitência. Eis a razão da alegria do Advento!

 

Meditação:

§  Releia estes versículos densos de espiritualidade, detendo-se nas palavras ou imagens centrais: testemunha, luz, voz, deserto, caminhos, sandálias

§  Temos a liberdade e a humildade de reconhecer que não somos o centro, que não libertamos ninguém, que o que importa é Jesus?

§  Conseguimos viver uma sincera alegria por sermos menores, dispensáveis, passageiros, sinais que preparam algo melhor?

§  O que dizemos de nós mesmos, de nossa condição no mundo, do nosso lugar na construção do Reino de Deus?

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