quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (212)

212 | Ano B | Oitava de Natal | Sexta-feira | Lucas 2,22-35

29/12/2023

O momento alto desta cena não é, como muita gente enfatiza, o cumprimento das leis por Maria e José, mas o encontro, à margem dos dirigentes do templo, com Simeão e Ana, e aquilo que eles anunciam a todas as pessoas que encontram por perto. Na cena “pintada” por Lucas, tudo chama a atenção para o significado do filho que Maria e José apresentam ao povo e ao templo.

Simeão toma o Menino nos braços e, com seu olhar penetrante, é capaz de discernir a presença de Deus na fragilidade humana. A presença de Deus traz consigo uma salvação que desborda as fronteiras étnicas e religiosas, e se destina a todos os povos e a todas as categorias humanas. Jesus é luz que ilumina todos os povos. Ana também fala do Menino a todas as pessoas que viviam de esperança. Como os pastores representam a acolhida de Jesus pelos excluídos, Simeão e Ana expressam a acolhida pelo resto piedoso e fiel.

No templo, Maria e José guardam um silêncio atento e observam a alegria consoladora de quem esperou longamente pela visita do “Sol Nascente”. Poucas coisas estão claras para eles, porém cresce neles a percepção de que o filho que lhes foi confiado é especial para todos os povos. Mas este entusiasmo logo é ofuscado pelas palavras misteriosas que Simeão diz sobre o menino e dirige a Maria. Jesus vai incomodar, pois veio para desmascarar o colocar pedras no caminho dos exploradores.

José e Maria percebem, pouco a pouco, que precisam avançar e crescer no escuro da fé. Como Abraão, eles se lançam na estrada sem saber onde chegarão. Ousam acreditar, e isso lhes é creditado como justiça. Abrem-se, pouco a pouco, à novidade que Deus manifestava através do nascimento daquele inesperado filho. Eis o caminho dos/as discípulos/as missionários/as.

O breve cântico de Simeão é uma síntese do credo dos primeiros cristãos: Jesus é Boa Notícia e caminho de libertação para todos os povos; ele é também o paradigma da missionariedade da Igreja, permanentemente chamada sair do estreito âmbito dos seus interesses e sua cultura para ser presença consoladora e libertadora para todas as pessoas e povos.

 

Meditação:

§  Releia o texto lentamente, detendo-se nos personagens, nos gestos, nas atitudes e nas palavras deles

§  Procure perceber como, nas palavras de Simeão e de Ana, transparece a vida e a missão do Jesus adulto e dos cristãos

§  Você percebe nas Igrejas e pessoas sinais da tentação de fazer de Jesus um “personagem” exclusivo da sua Igreja ou seu grupo?

§  Com que palavras e atitudes precisamos hoje apresentar Jesus às pessoas? Em que medida nossa adesão a ele é consequente?

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