A partilha solidária nos faz livres para seguir Jesus | 640 | 03.03.2025
| Marcos 10,17-27
Na reflexão do
sábado vimos que, na família cristã iluminada pelo Evangelho, assim como nas
comunidades eclesiais, as crianças têm seu lugar e são bem colhidas. Mais:
todas as pessoas e grupos sociais fragilizados e vulneráveis devem ser
acolhidos e tratados como cidadãos plenos, portadores de dignidade e sujeitos
de direito. É isso que nos ensina Jesus, nosso Mestre.
Na cena do evangelho de hoje Jesus
conclui seu dramático ensinamento sobre as novas relações sociais instauradas
pelo Reino de Deus e nos mostra plasticamente como “pessoas de bem” têm enormes
dificuldades de entender e seguir Jesus. O personagem da cena de hoje é proprietário
de muitos bens, e não faz parte do grupo dos discípulos de Jesus. Nesta cena, a
questão do maior e do menor é aplicada às classes sociais.
O sujeito anônimo se aproxima de
Jesus sem disfarçar seu jeito bajulador. Ele se dirige a Jesus com uma saudação
que equivale â expressão “excelência”, esperando ser tratado da mesma forma.
Jesus rejeita o título para si mesmo e não o usa para o homem rico. Na verdade,
Jesus reprova esse tipo de bajulação e falsidade.
O homem pergunta o que deve fazer
para conseguir a vida eterna, e Jesus recorda alguns dos mandamentos,
acrescentando “não prejudicarás (roubarás) ninguém”, que não aparece entre os
mandamentos. Nesse acréscimo parece estar embutido uma advertência ou um
questionamento: como ele adquiriu suas riquezas?
O homem não se dá por rogado,
sente-se perfeito, não percebe o que lhe falta: ir, vender, dar, vir, seguir.
Em outras palavras: falta-lhe libertar-se das propriedades que o possuem e
tornar-se discípulo de Jesus. Isso ele não suporta, e procura esquivar-se
diante do imperativo de repartir os bens com os pobres para ser livre. Prefere
ficar com suas coisas que seguir Jesus na companhia dos discípulos.
O
comentário de Jesus diante da atitude do home não deixa dúvidas: a posse de
muitos bens é um grande impedimento para a adesão ao Reino de Deus. Jesus é
muito cético diante dos discípulos ricos. A metáfora do camelo e do buraco da
agulha, uma picante ironia de Jesus, o dizem claramente. A solidariedade com os
pobres é a porta de entrada no Reino de Deus. Riqueza não é sinal de bênção!
Meditação:
§ Releia o texto e contemple a cena, procurando
dar atenção a cada gesto e palavra, tanto as de Jesus como as do home rico
§ Não ocorre também hoje considerar as
elites como mais abençoadas, exemplares e dignas de serem imitadas?
§ Como nos aproximamos de Jesus: ostentando
nossos méritos e perfeições, sem consciência das nossas carências e desejos?
Um comentário:
Sempre uma profunda mensagem 💓
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