domingo, 2 de março de 2025

A partilha nos faz livres para seguir Jesus

A partilha solidária nos faz livres para seguir Jesus | 640 | 03.03.2025 | Marcos 10,17-27

Na reflexão do sábado vimos que, na família cristã iluminada pelo Evangelho, assim como nas comunidades eclesiais, as crianças têm seu lugar e são bem colhidas. Mais: todas as pessoas e grupos sociais fragilizados e vulneráveis devem ser acolhidos e tratados como cidadãos plenos, portadores de dignidade e sujeitos de direito. É isso que nos ensina Jesus, nosso Mestre.

Na cena do evangelho de hoje Jesus conclui seu dramático ensinamento sobre as novas relações sociais instauradas pelo Reino de Deus e nos mostra plasticamente como “pessoas de bem” têm enormes dificuldades de entender e seguir Jesus. O personagem da cena de hoje é proprietário de muitos bens, e não faz parte do grupo dos discípulos de Jesus. Nesta cena, a questão do maior e do menor é aplicada às classes sociais.

O sujeito anônimo se aproxima de Jesus sem disfarçar seu jeito bajulador. Ele se dirige a Jesus com uma saudação que equivale â expressão “excelência”, esperando ser tratado da mesma forma. Jesus rejeita o título para si mesmo e não o usa para o homem rico. Na verdade, Jesus reprova esse tipo de bajulação e falsidade.

O homem pergunta o que deve fazer para conseguir a vida eterna, e Jesus recorda alguns dos mandamentos, acrescentando “não prejudicarás (roubarás) ninguém”, que não aparece entre os mandamentos. Nesse acréscimo parece estar embutido uma advertência ou um questionamento: como ele adquiriu suas riquezas?

O homem não se dá por rogado, sente-se perfeito, não percebe o que lhe falta: ir, vender, dar, vir, seguir. Em outras palavras: falta-lhe libertar-se das propriedades que o possuem e tornar-se discípulo de Jesus. Isso ele não suporta, e procura esquivar-se diante do imperativo de repartir os bens com os pobres para ser livre. Prefere ficar com suas coisas que seguir Jesus na companhia dos discípulos.

O comentário de Jesus diante da atitude do home não deixa dúvidas: a posse de muitos bens é um grande impedimento para a adesão ao Reino de Deus. Jesus é muito cético diante dos discípulos ricos. A metáfora do camelo e do buraco da agulha, uma picante ironia de Jesus, o dizem claramente. A solidariedade com os pobres é a porta de entrada no Reino de Deus. Riqueza não é sinal de bênção!

 

Meditação:

§ Releia o texto e contemple a cena, procurando dar atenção a cada gesto e palavra, tanto as de Jesus como as do home rico

§ Não ocorre também hoje considerar as elites como mais abençoadas, exemplares e dignas de serem imitadas?

§ Como nos aproximamos de Jesus: ostentando nossos méritos e perfeições, sem consciência das nossas carências e desejos?

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre uma profunda mensagem 💓