O belo e especial tempo de natal chegou ao
fim. O comércio e o turismo agora investem no Carnaval, que vem aí. Nós,
cristãos, entramos no tempo comum, que de comum não tem nada. É tempo de generosa
semeadura, de paciente cultivo, de anônimo e discreto crescimento. Segundo o
evangelho de hoje, ao saber da prisão de João Batista, Jesus não se deixa intimidar.
Ele se retira sim a região da Judéia, onde fora batizado, e busca a Galiléia,
mais distante e abandonada, para desenvolver sua missão partindo da periferia.
Para ele, e para a lógica do Reino de Deus, a prisão de João não é o fim, mas o
começo, e a periferia não é o último mais o primeiro lugar. “O tempo já se
completou e o Reino de Deus está próximo!” E Jesus não permanecerá muito tempo
sozinho. Dois pescadores e dois artesãos deixam barcos e redes e, sem temer o risco
de terem o mesmo fim de João, fazem-se seguidores do jovem galileu. Para eles,
este caminho não representava risco de prisão mas possibilidade de uma
liberdade libertadora. Como para nós, que vivemos noutros tempos e noutras latitudes,
mas fomos seduzidos pelas mesmas palavras: “O tempo já se completou e o Reino
de Deus está próximo!... Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens!” E
aqui estamos nós, buscando esta liberdade que nos seduz, ensaiando uma solidariedade
que nos torna humanos. “Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo
que ele fez em meu favor? Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome
santo do Senhor.” (Itacir Brassiani msf)
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