Ano A Roteiro de Leitura Orante
do Evangelho Nº 1039
Dia 24/02/2023
| Sexta-feira depois das Cinzas
Evangelho
segundo Mateus (9,14-15)
(1)Coloque-se em atitude
de oração
§ Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
§ Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
§ Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
§ Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
§ Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
§ Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
§ Prepare-se
cantando: “Eis o tempo de conversão” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OUI1TJQHZyg&t=4s)
(2)Leia o texto da Palavra de Deus
§ Leia
com toda a atenção o texto de Mateus 9,14-15
§ Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
§ Jesus está em plena
missão restauradora da vida, acolhendo e reabilitando as pessoas cansadas e
abatidas por várias causas
§ Por ocasião do chamado
de Mateus – um cobrador de impostos, desprezado e excluído pelos judeus – Jesus
é questionado
§ Tanto os fariseus como
os discípulos de João Batista acham estranho que Jesus não faça jejum e coma
com gente pecadora
§ Jesus se apresenta como
o “Noivo” da Nova Aliança, inclusão dos excluídos, e numa festa de casamento
não há lugar para o luto
§ O verdadeiro jejum é
lutar pela superação das relações de dominação, opressão, divisão e violência
§ O
que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3)Medite a Palavra de Deus
§ Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
§ Leia atentamente,
palavra por palavra, estes dois versículos do evangelho segundo Mateus
§ Se possível, leia
também o episódio que antecede o trecho de hoje, a narração da refeição de
Jesus na casa de Mateus (Mt 9,9-13)
§ O que significa dizer
que não podemos fazer jejum enquanto o noivo está conosco, mas somente quando
ele nos for tirado?
§ Por que o jejum
encontra hoje tanta resistência entre nós, e qual seria o sentido aceitável e
cristão do jejum?
§ Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4)Reze com o texto lido e meditado
§ Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
§ Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
§ Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
§ Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
§ Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
§ Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
§ Peça ao Senhor que
ilumine a sua mente e ajude a decidir por um jejum que faça sentido num país
assolado pela fome
§ Reze a oração da
Campanha da Fraternidade
(5)Contemple a vida
à luz da Palavra
§ Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
§ Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
§ Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
§ Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
§ Que atitudes precisamos
cultivar para que nosso jejum seja expressão de luta contra as diversas formas
de opressão?
(6)Retorne à vida
cotidiana
§ Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
§ Recite
a invocação: “Jesus, que mandas dar alimento a quem tem fome, fazei-nos compassivos
com eles, em teu nome!”
§ Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
§ Ouça e cante o hino da Campanha da Fraternidade
(Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=4WU5mf8wP9g&t=4s)
§ Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
§ Feche
a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração
Anotações sobre Mateus 9,14-15
No texto que
meditamos na quarta-feira de cinzas Jesus já questionava a atitude que pode
contaminar o jejum, a esmola e até a oração. E indicava a postura correta e
capaz de manter o sentido profundo e bom destas expressões de piedade. No texto
de hoje, depois de ser questionado sobre seu desprezo pelo jejum pelos
fariseus, volta a ser interrogado pelos discípulos de João Batista sobre o
mesmo tema: “Por que razão nós e os fariseus praticamos (muitos) jejuns, mas
teus discípulos não?”
Este episódio do
Evangelho, mesmo que pareça contradizer a recomendação da Igreja para o tempo
da quaresma (jejum, oração e partilha), resgata o sentido original do jejum:
romper com os mecanismos de dominação e de opressão, como ensina o profeta
Isaías (cf. 58,1-9). É isso que Jesus faz e ensina: diversamente dos fariseus,
ele acolhe e reintegra as pessoas oprimidas e marginalizadas à convivência
social, proclamando sua dignidade.
Como relata
Mateus no episódio que antecede o questionamento de hoje, Jesus chamou para
junto de si um cobrador de impostos, terrivelmente odiado e desprezado pelos
judeus; perdoou pessoas consideradas publicamente pecadoras; curou e reintegrou
doentes. Para essa gente, o jejum que acompanha as situações dolorosas e a luta
pelo reconhecimento da indignidade haviam chegado ao fim, e, diante de tamanha
graça de Deus, não poderiam não festejar.
O ensino de Jesus
(ele ensina com amor) e suas atitudes (ele fala com sabedoria) desconcertam,
mas, para ele, o jejum é luto, e a partilha à mesa é vida. Com Jesus e com o
Reino de Deus, o clamor de dor se transforma em louvor e gratidão. Como “noivo”
da Nova Aliança de Deus com seu povo, Jesus tem autoridade para relativizar ou
mudar alguns preceitos, por mais sagrados que possam parecer.
Quando Jesus é
“retirado” do meio de nós e volta a ser crucificado nos seus “irmãos mais
pequeninos”, o jejum volta a
fazer sentido: jejuar para que a festa da vida seja para todos; privar-se de
algo para ser dom, para partilhar, para lutar contra a opressão e pelo fim das
guerras a partir de dentro de nós mesmos/as.
(Itacir Brassiani msf)
“Dai-lhes vós mesmos de comer!”
“Até o século XIX, as
misérias que dizimavam populações inteiras tinham, com muita frequência, uma
origem natural. Hoje elas são mais circunscritas. Porém, na maioria das vezes,
derivam da ação humana. Nesta época em
que o ser humano, mais que outrora, tem a possibilidade de superar a miséria,
tais situações constituem uma verdadeira desonra para a humanidade” (Bispos do Brasil, Texto-base da Campanha da Fraternidade 2023, § 8).
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que
“ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.
Os textos propostos aqui
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que
desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja
preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS
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