Ano A Roteiro de Leitura Orante do
Evangelho Nº 1024
Dia 09/02/2023
| 5ª Semana do Tempo Comum | Quinta-feira
Evangelho
segundo Marcos (7,24-30)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se ouvindo a canção “Chegou
a hora da alegria...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=QIW1hHYT6PE)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Marcos 7,24-30
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Jesus
decide evitar discussões estéreis e deseja se retirar para refletir sobre a
novidade e as exigências do Reino de Deus
· Uma
mulher pagã desrespeita as linhas do apartheid social e religioso, se aproxima
de Jesus e reivindica em favor do seu povo
· Esta
cena é muito bem arquitetada por Marcos para afirmar que a indiscutível
igualdade e paridade de todas as pessoas e povos
· Os
discípulos não entendem Jesus, os líderes religiosos o rejeitam, mas os pobres
e os pagãos excluídos o reconhecem e buscam
·
O que a Palavra O que a
Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Releia
o texto, procurando entender bem os recursos literários e a questão central que
está em discussão: a igualdade diante de Deus
· Qual
seria a razão que leva grupos de cristãos a se opor de modo tão virulento à
ação social e ecumênica da Igreja do Brasil?
· Como
superar a contradição de quem reza “Senhor, eu não sou digno que entres em
minha casa” e continua pensando “Somos melhores que os outros e temos o que
eles não têm”?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
· Reze,
com sinceridade, com estas palavras: “Senhor, eu não sou digno, mas teu amor
nos ensina que todos/as somos teus filhos e filhas muito amados/as”
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Por
onde poderíamos começar a superação dos fundamentos do sentimento de
superioridade dos cristãos em relação aos outros?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, que vens a nós na família de Nazaré, mantém nossa comunidade generosa
e criativa na fé!”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite a canção “Se calarem a voz dos profetas”
(Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=t24vkBOM-o0)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Feche
a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração
Anotações sobre Marcos
7,24-30
Jesus desconstrói
a teologia da pureza e solapa, em suas bases, a ideologia da supremacia e
hierarquização da dignidade de alguns/mas povos e pessoas sobre outros/as.
Declarando que todos os alimentos são puros, e resgata a dignidade dos
excluídos, como quando “purifica” os leprosos. Assim, ele mostra que o sistema
de pureza, que dizia proteger o povo, na verdade oprimia os vulneráveis.
Depois do
confronto com os escribas e do ensino incisivo ao povo e aos discípulos, Jesus
adentra mais ainda no território dos pagãos, com o desejo explícito de colocar
um ponto final nessa interminável discussão e aprofundar pessoalmente a
questão. Mas eis que uma mulher pagã, discriminada por ser mulher e por ser
pagã, ousa interromper esse “retiro” de Jesus. Ela desrespeita as fronteiras
que separam judeus e pagãos e a privacidade de Jesus.
A cena descreve a
reação de Jesus no horizonte das hostilidades étnicas e culturais dos judeus em
relação aos pagãos, e isso só realça a ousadia e a novidade do ensino e da
prática de Jesus. A mulher pagã não apenas desrespeita as leis que excluem os
pagãos dos benefícios de Deus e da cidadania em Israel, nem se resume a pedir
pela sua filha, mas discute com Jesus – torna-se teóloga! – defendendo a
dignidade do seu povo, reivindicando a igualdade de todas as pessoas e povos
diante de Deus.
Segundo Marcos, o
que faz Jesus “mudar” de opinião em relação aos pagãos não é a fé ou a simples
confiança da mulher e sim o seu argumento: Deus é pai, e não trata nenhuma
pessoa ou povo como indigno ou impuro. O Reino de Deus, que é o horizonte no
qual Jesus se move, derruba os muros que classificam e opõem as pessoas entre
puras e impuras, judias e pagãs, filhas e cães.
Infelizmente, o
sentimento de que “temos o que eles não têm” ou “somos melhores e mais
merecedores que eles” ainda vigora, e volta com virulência inaudita entre grupos
que se dizem cristãos. Ninguém esquece o teor de algumas manifestações contra a
Conferência dos Bispos do Brasil, contra o ecumenismo e a defesa da diversidade
patrocinadas pelas Campanhas da Fraternidade recentes.
(Itacir Brassiani msf)
Palavra do Papa
Francisco
“Alguns católicos afirmam que a migração
é um tema secundário relativamente aos temas «sérios» da bioética. Que fale
assim um político preocupado com os seus sucessos, talvez se possa chegar a
compreender; mas não um cristão, cuja única atitude condigna é colocar-se na
pele do irmão que arrisca a vida para dar um futuro aos seus filhos. Poderemos
nós reconhecer que é precisamente isto o que nos exige Jesus quando que a
Ele mesmo recebemos em cada forasteiro? São Bento assumira-o sem reservas e estabeleceu
que todos os hóspedes que se apresentassem no mosteiro fossem acolhidos «como
Cristo», manifestando-o mesmo com gestos de adoração, e que os pobres
e peregrinos fossem tratados «com o máximo cuidado e
solicitude” (Gaudate et Exsultate, § 106).
Leitura Orante do
Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que
“ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.
Os textos propostos aqui
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que
desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja
preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS
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