segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1022

Ano A Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1022

Dia 07/02/2023 | 5ª Semana do Tempo Comum | Terça-feira

Evangelho segundo Marcos (7,1-13)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se ouvindo a canção “Chegou a hora da alegria...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=QIW1hHYT6PE)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Marcos 7,1-13

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Depois de um período dedicado ao socorro e libertação dos pobres e doentes, Jesus é de novo chamado à discussão com os escribas

·    Eles questionam o ensino de Jesus na prática dos discípulos, pois acham que Jesus desconsidera e esvazia a Lei de Deus

·    Jesus contra-ataca, e desmoraliza os próprios escribas, dizendo que a piedade deles é apenas exterioridade e aparência

·    A questão será resolvida na cena seguinte (Mc 7,14-23), que será objeto da nossa reflexão amanhã

·    Eles dizem defender a tradição, mas na verdade a esvaziam e colocam a serviço de seus interesses egoístas

·    O que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Releia o texto, procurando entender bem as práticas dos doutores da lei e o que eles criticam em Jesus e seus discípulos

·    Leia com atenção e procure compreender a crítica de Jesus aos escribas, e o exemplo de como eles esvaziam a Palavra de Deus

·    Você percebe também hoje a tentação de esvaziar a Palavra de Deus e substitui-la por interesses mesquinhos?

·    Foi realmente superada, na sua família e na sua comunidade, a tentação de “torcer” o Evangelho e transformá-lo em pedras que jogamos contra as pessoas que consideramos culpadas?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Peça a Deus a graça da pureza do coração, do olhar e da palavra

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Como enfrentar na Igreja de hoje a tentação da exterioridade e do esvaziamento da Palavra de Deus?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, que vens a nós na família de Nazaré, mantém nossa comunidade generosa e criativa na fé!”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Medite a canção “Se calarem a voz dos profetas” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=t24vkBOM-o0)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Anotações sobre Marcos 7,1-13

Vindo de Jerusalém e representando os interesses do templo, um grupo de doutores da lei faz cerco a Jesus e questiona seu ensino na prática pouco ortodoxa dos discípulos. Como sabemos, os escribas, ou doutores da lei, defendem o cumprimento rigoroso dos preceitos para garantir a identidade, a separação e a influência do grupo. O núcleo do conflito é doutrinário, e só será solucionado no trecho de Mc 7,14-23. Aqui, Jesus apenas ataca, desmascara e desqualifica as práticas defendidas pelos doutores da lei.

Os doutores da lei criticam os discípulos de Jesus por desrespeitarem as tradições tomando os alimentos sem lavar as mãos. E a crítica fundamental que Jesus faz a eles (extensiva aos fariseus) é que, defendendo falsamente a tradição e colocando toda a atenção nos ritos exteriores de purificação, eles vivem uma piedade e uma religiosidade apenas exterior e aparente: lavar mãos, copos, pratos e vasos, e assim por diante.

Jesus vai a fundo na sua crítica aos doutores da lei e na defesa da nova prática do reino de Deus. Para ele, os defensores da tradição do templo já foram denunciados pelo profeta Isaías, que diz que eles fazem de conta que honram a Deus com os lábios, mas suas práticas e decisões passam bem longe da vontade de Deus. Mais ainda, eles esvaziam a lei de Deus e a substituem pelas suas próprias tradições.

E Jesus dá um exemplo: segundo o ensino dos doutores da lei, os bens que os filhos devem destinar ao cuidado e sustento dos pais podem ser ofertados ao templo e, assim, ficarem sob o controle e administração deles mesmos. E assim, a lei e a tradição, que, segundo a vontade de Deus, devem proteger os fracos, acabam explorando os mais vulneráveis em nome de Deus. E o ensino de Deus, para salvar a vida dos fracos, acaba virando preceito interesseiro a serviço de alguns.

Assim, podemos dizer que “o feitiço virou contra o feiticeiro”: a crítica dos doutores da lei a Jesus virou crítica de Jesus contra os doutores da lei. Não é Jesus que desrespeita a Palavra de Deus; aqueles que deviam ensiná-la, na verdade a esvaziam e manipulam.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Palavra do Papa Francisco

Não posso deixar de lembrar a questão que se colocava São Tomás de Aquino ao interrogar-se quais são as nossas ações maiores, quais são as obras exteriores que manifestam melhor o nosso amor a Deus. Responde sem hesitar que, mais do que os atos de culto, são as obras de misericórdia para com o próximo: não praticamos o culto a Deus com sacrifícios e com ofertas exteriores para proveito d’Ele, mas para benefício nosso e do próximo: de fato Ele não precisa dos nossos sacrifícios, mas quer que lhe ofereçamos para nossa devoção e para utilidade do próximo. Por isso a misericórdia, pela qual socorremos as carências alheias, ao favorecer mais diretamente a utilidade do próximo, é o sacrifício que lhe agrada (Gaudate et Exsultate, § 106).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)


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