Deus oferece sua
salvação a todos os homens de boa vontade | 583 | 05.01.2025 | Mateus 2,1-12
Muito
cedo, as comunidades cristãs chegaram a uma convicção bem segura: em Jesus, na
sua vida e nas suas palavras, Deus revela sua mais límpida vontade, e ela
consiste na afirmação de que todos os povos e nações que não pertencem ao
judaísmo são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, e são
associados à mesma promessa revelada anteriormente apenas ao povo judeu.
Ainda hoje somos
tentados a dividir a humanidade em judeus e pagãos, cidadãos e não cidadãos,
santos e pecadores, cristãos e hereges, nós e eles, etc. E aqueles que
proclamam e sustentam essa divisão se incluem sempre no primeiro grupo, entre
as pessoas as “pessoas de bem”, aquelas que agradariam a Deus! Não conseguem
entender que Jesus tenha vindo para contestar e desmascarar essa ideologia.
A manifestação de
Deus na estrebaria e na cruz, nas estradas e no templo, se confronta também com
outra piedosa tentação: a ideologia do poder, que imagina que Deus é uma
entidade todo-poderosa que age mediante as pessoas que se destacam pelo poder,
pelo saber ou pela riqueza. Ao perguntarem onde está o rei dos Judeus que
acabara de nascer, orientados pelos homens religiosos, os magos do Evangelho
nos remetem a um Menino, sem poder e sem sinais de realeza.
Com a solenidade
da epifania, a manifestação do filho de Deus a todas as nações, povos e
culturas, a Igreja quer suscitar nos cristãos a alegria e o discernimento, mas
aquela depende deste. As pretensões de superioridade não podem nos levar a
esquecer que os primeiros a reconhecer a manifestação de Deus em Jesus Cristo
são os pastores e os pagãos, os pecadores e as prostitutas. Enquanto os magos
deixam a comodidade, buscam e perguntam, Herodes cede ao medo e os sacerdotes,
mesmo sabendo tudo, permanecem inertes.
Em Jesus, Deus
vem ao encontro de quem está longe, de quem é tratado como último, que nada
merece e nada pode. E se revela aos utópicos e sonhadores, aos buscadores de
terras sem males, aos construtores da paz solidária, aos tecedores da
fraternidade sem fronteiras, aos reconstrutores das terras e cidades devastadas.
Aprendamos com os magos a vencer todo resquício de colaboração com a ideologia
dos poderosos. Encontrando Jesus, trilhemos outros e novos caminhos!
Meditação:
§ Releia
o texto lentamente, detendo-se nos personagens, naquilo que falam e fazem, nas
atitudes que revelam
§ Mesmo
que a tradição diga que estes personagens como magos ou reis, eles são pagãos
sábios e desprezados que buscam a Deus
§ O que
leva Herodes e temer o nascimento do Messias, e os sacerdotes a não fazer nada,
mesmo conhecendo as escrituras?
§ O que
significa para você e sua comunidade mudar de caminho depois de encontrar Jesus?
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