terça-feira, 12 de março de 2024

O Evangelho de Jesus Cristo em nossa vida (286)

286 | Ano B | 4ª Semana da Quaresma | Quarta | João 5,17-30 

13/03/2024 

A cena do evangelho de ontem terminava com um paralítico curado e caminhando livre, carregando sua cama, inclusive em dia de sábado, e com as autoridades decidindo prender e condenar Jesus à morte. Eles estavam interessados apenas em defender o aparato legal, sem a mínima empatia com o povo cansado e abatido. 

No texto de hoje, sequência da cena de ontem, Jesus enfrenta as acusações levantadas pelas autoridades religiosas do templo. Para Jesus, o sexto dia da criação ainda não terminou, e Deus não descansa enquanto suas criaturas não cheguem à vida plena. Jesus ousa chamar Deus de pai, sublinhando que ele é sua origem e o fundamento da sua ação, que tem com ele uma relação que os escribas nem imaginam. O que ele faz, aprende do Pai. 

A reação do templo e das lideranças que o sustentam e dele vivem se torna cada vez mais violenta. Jesus não deixa por menos, e repete, de diversas formas, que o Pai é a base, o fundamento e a origem do seu ser e das suas ações. Apelando à experiência comum, Jesus diz que o filho só faz o que aprende do pai; que quem honra o filho honra, na verdade, seu pai; que ele dá realismo à profecia de Ezequiel, que vê os ossos secos recobrando a vida. 

De diversos modos, Jesus se apresenta como o único conhecedor e mediador da vontade e da ação de Deus, desmascarando assim a pretensão dos doutores da lei e dos sacerdotes, e solapando a autoridade deles junto ao povo. O que eles fazem e impõem ao povo não tem nada a ver com a vontade de Deus. O que Jesus faz, na emancipação do mendigo à beira da piscina e em diversas outras ações libertadoras, pode ser comparada à ressurreição dos mortos. 

Por fim, Jesus acusa as autoridades do templo de julgar os outros a partir dos interesses deles mesmos e do templo. Enquanto isso, o julgamento de Jesus (intervenção libertadora em favor das pessoas vulneráveis) não é expressão da sua vontade e dos seus interesses, mas da vontade de Deus. Amanhã, voltaremos à lição que Jesus passa às autoridades do templo. Por hoje, fique o alerta de que a conversão ao Evangelho é mais difícil que a mudança dos costumes. 

 

Meditação: 

  • Deixe-se levar, envolver e iluminar pela metáfora da relação entre pai/mãe e filho/filha, que Jesus usa para justificar suas ações 

  • Você percebe na Igreja e na sociedade de hoje pessoas que estão mais interessadas na defesa das leis que na defesa das pessoas? 

  • Como podemos pôr hoje em prática a empatia, a compaixão e o compromisso de Jesus com a defesa das pessoas vulneráveis? 

  •  Por que muitos de nós ainda acham que agrada mais a Deus a defesa das leis e dos costumes que a defesa dos direitos humanos? 

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