sexta-feira, 22 de março de 2024

O Evangelho de Jesus em nossa vida (296)

296 | Ano B | 5ª Semana da Quaresma | Sábado | João 11,45-56

23/03/2024

Na meditação de ontem, Jesus concluía o debate com as lideranças do templo reafirmando sua filiação divina – suas ações o fazem parecido com o Pai – e que a elite religiosa é filha da idolatria (que a tradição judaica chama de prostituição), pois rejeita, persegue e quer matar Jesus, assim como os discípulos fiéis a ele.

Na cena de hoje, que está situada depois da ressurreição de Lázaro, estas mesmas “autoridades” confirmam a decisão de eliminar Jesus, dispensando qualquer processo minimamente legal. Diante da crescente adesão do povo a Jesus, elas sentem estar perdendo a influência e terreno. Então, reúnem o “conselho superior” (o Sinédrio) para tomar uma decisão.

As lideranças religiosas do templo não toleram pessoas livres, conscientes e vivas. Como Jesus e sua pregação são os responsáveis por isso, reúnem-se os que pretendem representar os “interesses de Deus”, seja pelo cargo que exercem, seja pelo saber que administram. Reunidos, fazem uma leitura negativa e tendenciosa dos acontecimentos, não conseguem ver nada de bom e somente ameaça naquilo que Jesus faz.

Pode parecer incrível, mas esta gente não está interessada no cumprimento da vontade de Deus e em proteger e melhorar a vida do povo, mas apenas com o risco de perder da “clientela religiosa” para Jesus. Mas disfarçam, e justificam sua decisão assassina acenando para o risco de que Jesus, agitando as esperanças do povo, provoque uma represália romana. Em outras palavras, apelam à “lei de segurança nacional” para defender seus interesses.

Ironicamente, Caifás, em nome do conselho e como chefe que encarna perfeitamente a instituição, opõe-se à ação de Deus em Jesus para “salvar” o “lugar de Deus”, que é o templo. Isso faz com que Jesus se afaste do templo e se esconda, onde atrai mais discípulos/as e se dedica à última etapa de formação deles/as antes de ser levado à morte. Mas, com a morte na cruz, Jesus acaba decretando o fim da identificação do povo de Deus com a nação judaica, pois abre as portas para os “filhos de Deus dispersos”.

 

Meditação:

§  Qual é o verdadeiro motivo da reunião do Conselho, e o que eles temem a respeito de Jesus?

§  Que tipo de “leitura da realidade” eles fazem? O que dizem de Jesus? Isso é verdade?

§  Como entender que as ações emancipadoras e restauradoras de Jesus provoquem tanta indignação e violência nas lideranças?

§  Elas podem se arrogar a autoridade de representantes de Deus? O que isso significa para as autoridades e lideranças cristãs de hoje?

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