domingo, 10 de março de 2024

O Evangelho de Jesus na vida de cada dia (284)

284 | Ano B | 4ª Semana da Quaresma | Segunda| João 4,43-54 

11/03/2024 

Esta cena está literariamente situada logo após a cena do encontro e diálogo de Jesus com uma mulher samaritana. E nós a contemplamos e acolhemos sua mensagem no contexto litúrgico e espiritual da adesão à Boa Notícia do Reino de Deus e da conversão a ela, como sublinha o tempo quaresmal. 

Jesus está voltando de Jerusalém à região onde se criara, passando pela complicada região da Samaria. Mesmo tendo dito que os profetas não são bem considerados em sua própria terra, a Galileia o recebe com boa disposição, pois seus cidadãos haviam sido informados daquilo que Jesus fizera em Jerusalém. 

Informado sobre os sinais que Jesus realizara no templo, um funcionário do rei busca em Jesus uma ajuda para seu filho, que está gravemente enfermo. Queria que Jesus o curasse, ao que parece, preferencialmente com um milagre grandioso e espetacular. 

Ao menos, é isso que que Jesus denota na sua resposta ou advertência ao funcionário da corte. Quem é habituado aos corredores do poder, age como tal e espera que Deus também intervenha no mundo com gestos de poder. Ele mesmo trata o filho como dependente de um chefe, pois o chama de “menino”. 

O funcionário se dá conta que imagina Jesus em termos de autoridade corajosa, mas apenas poderosa e reformista, e pede a Jesus para “descer” ao nível humano. E Jesus declara que o filho dele vive, sem dizer que ele estava curado. Jesus não vai a Cafarnaum, mas “desce”: não realiza um gesto de poder, mas humano. 

O funcionário do rei é intimado a reconhecer a força da Palavra de Jesus e obedecer a ela. É a Palavra de Jesus que devolve a vida. O funcionário precisa ir e ver, mas não há nenhum gesto grandioso. Ele não deve tratar o filho como dependente (“menino”) mas como filho. 

Jesus atende o pedido desse homem pagão e próximo ao poder sem pedir nada em troca, pois está disposto a ajudar a todos. Mas tudo acontece quando Jesus e o funcionário “descem” da esfera das relações de poder à esfera das relações humanas. 

 

Meditação: 

Situe-se no interior da cena, observe a atitude do funcionário do rei, assim como a postura e as palavras de Jesus 

Você percebe como o funcionário real demonstra pensar, falar e agir segundo a lógica das funções de poder? 

Em que medida também nós esperamos de Jesus gestos e ações espetaculares, que dispensem nossa colaboração? 

Que mudanças em nosso modo de pensar e de agir esta cena pede de nós, enquanto caminhamos para a páscoa? 

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