sábado, 23 de março de 2024

O Evangelho de Jesus em nossa vida (297)

297 | Ano B | Domingo de Ramos da Paixão | Marcos 11,1-10

24/03/2024

A entrada de Jesus em Jerusalém não tem nada de triunfal. Vindo da Galileia, Jesus entra na capital montado numa jumenta. Nada de cortejos de honra, de generais cobertos de medalhas e de discursos de acolhida. Ele chega em Jerusalém caminhando à frente de um pequeno grupo de discípulos/as.

O povo da capital não o conhece e tem medo dele. Mas o pessoal que o acompanha desde a Galileia ou que vive na periferia da capital o acolhe como o Messias esperado. “Bendito o que vem em nome do Senhor”! Como o velho Simeão, essa gente reconhece naquele homem o Enviado de Deus.

A pequena multidão de pobres e estropiados aclama o despontar do Reino messiânico inspirado em Davi e a chegada do líder enviado por Deus. Mas Jesus não realiza as ações potentes que esta ideologia apregoava. Ele se apresenta como o Servo paciente e ouvinte atento da Palavra. A Palavra de Jesus será apenas o dom solidário de si mesmo na cruz.

Mas estes mesmos discípulos/as que agora o acolhem como o Messias esperado, logo mais tarde eles voltam atrás e o abandonam. Os gritos de ‘hosana’ darão lugar ao insolente e violento pedido ‘crucifica-o’, fruto da frustração das expectativas e da manipulação interesseira das autoridades políticas e religiosas de Jerusalém.

Mas isso não tem força para fazer Jesus mudar seu rumo. Mesmo enfrentando um discernimento difícil, e pedindo aos discípulos que vigassem com ele. Mas acabou preso, abandonado pelos próprios discípulos, condenado e pregado na cruz. Para os discípulos/as, sua condenação e morte na cruz foi a pedra que irrompeu no meio do caminho.

As autoridades desafiam Jesus a salvar a própria pele, e ele mesmo parece mergulhar num turbilhão escuro: “Desde o meio-dia até as três horas da tarde houve escuridão sobre toda a terra”. Mas acaba experimentando a consolação na radicalização do dom de si mesmo. E é da boca de um pagão se ouve a palavra que faz brilhar uma pequena luz na escuridão. “Ele era mesmo Filho de Deus”!

 

Meditação:

§  Depois de 40 dias de escuta atenta do Evangelho, podemos nos sentir preparados para acompanhar Jesus nos seus últimos dias?

§  Pouco antes de chegar a Jerusalém, o evangelista nos apresenta a figura de um cego que deseja unicamente ver as coisas como são

§  Será que continuamos a ver Jesus como alguém feito à nossa imagem e semelhança, desligado das dores e angústias do povo, afeito a milagres...?

§  O que nos diz seu modo de entrar em Jerusalém, sem batedores nem cortejos, sem carreatas e palanques, sem discursos elogiosos?

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