A glória de Deus é o
homem vivo, e homem vive pela fé | 732 | 03.06.2025 | João
17,1-11
Estamos
na Semana de Oração pela Unidade Cristã, uma unidade tão preciosa e urgente que
não basta dedicar-lhe uma semana por ano. E hoje, na última semana do tempo
pascal, começamos a meditar sobre a bela oração com a qual Jesus se entrega ao
Pai, levando nos braços e no coração os amados discípulos e discípulas. Na
primeira parte do trecho de hoje (v. 1-5) Jesus pede ao Pai que se realize, por
ele, o acontecimento salvífico. Na segunda parte (v. 6-11), reza pelos
discípulos.
Jesus começa
erguendo os olhos, fazendo referência à cruz, lugar da manifestação mais contundente
da revelação divina. Sua oração está ligada a tudo o que ele partilhou e
ensinou até então: sua presença decisiva no casamento em Caná, na multiplicação
dos pães e peixes no deserto, na cura do cego e do paralítico, na ceia da
aliança, no lava-pés, no mandamento do amor, no anúncio da traição e das
perseguições, na promessa do Espírito. Ele tem plena consciência de que chegou
a Hora esperada, anunciada nas bodas de Caná e referida na ceia.
Pedindo que o
Pai o glorifique, Jesus está pedindo que o amor do Pai brilhe com intensidade e
sem ambivalências no amor sem limites expresso na doação sem reservas da
própria vida. A glória de Deus é o amor de Jesus e o amor dos discípulos. A
união plena e perfeita de Jesus com o Pai se dá pela cruz, na qual o amor do
Pai e o amor de Jesus coincidem. É a perfeita união de vontades, de interesses,
de projetos. Na cruz, a nova criação que estava em curso, chega à meta, tudo
chega à consumação.
Crer em Jesus significa
colocar-se ao lado do ser humano, e a obra que honra o Pai é aquela que honra a
dignidade inerente a cada ser humano. A santidade do Pai, do Filho e do
Espírito não os afastam da humanidade, mas os implicam definitivamente com ela.
E isso vale também para a santidade ou consagração dos discípulos. Por isso,
Jesus não pede ao Pai por esta ou aquela necessidade específica da comunidade e
nem pelo mundo, mas pede que ela permaneça responsavelmente no mundo, plantando
nele a diferença evangélica, enfrentando e vencendo a lógica dominadora e
excludente do mundo.
Sugestões para a meditação
§ Situe-se junto de Jesus, compartilhe seus sentimentos, e
entre com ele no espírito da oração intensa que ele dirige ao seu Pai e nosso
Pai
§ Perceba como ele pede, com serenidade e insistência, que sua
doação na cruz (glória e salvação da humanidade) se realize
§ Repita pausadamente, e deixe que ressoem em você cada uma
das palavras e expressões da oração de Jesus
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