Por acaso se colhem
uvas de espinheiros e figos de urtigas? | 755 | 25.06.2025 | Mateus
7,15-20
Continuamos com as lições de Jesus, Mestre da vida,
avançando em nossa formação como discípulos missionários. Depois de nos
convidar a meditar sobre a regra de ouro, que mede a avalia todas as nossas
relações (fazer aos outros o que desejamos que eles façam a nós), Jesus nos
adverte em relação aos líderes que se apresentam como profetas e guias, mas
vivem de um modo que tem pouco a ver com o Evangelho do Reino de Deus.
Parece que a advertência de Jesus se
dirige tanto aos dirigentes do judaísmo quanto às lideranças cristãs. Jesus não
deixa fora desse “puxão de orelha” o amplo leque dos discípulos que se reúnem
em torno dele. Quanto a algumas pessoas que exercem liderança ignorando o
caminho do serviço e da gratuidade, a crítica de Jesus é contundente: elas se
aproximam dos cristãos como ovelhas, como gente mansa e necessitada, mas, por
dentro e na prática, são como lobos perigosos.
A este respeito, Jesus propõe um
princípio que pode ajudar as comunidades a identificar e desmascarar estes
falsos profetas: todas as pessoas, inclusive as lideranças, se revelam nas
ações que realizam, nos frutos da ação que desenvolvem, como os figos remetem à
figueira, e as uvas conduzem à parreira. “Uma árvore boa não produz frutos
ruins, e uma árvore ruim não produz frutos bons”, sentencia Jesus.
Considerando aquilo que Jesus ensinou
nas lições precedentes, pode-se concluir que ele não se refere aos frutos do
cumprimento minucioso e inflexível das leis e mandamentos, da moral e da
doutrina, mas a uma justiça maior que aquela dos fariseus. Trata-se de produzir
“frutos” de compaixão e de misericórdia, tal como o fez José em relação a
Maria, e como Jesus demonstra em relação aos pobres, doentes e outros excluídos.
Assim,
pelas relações que estabelecem e pelas ações que produzem, os discípulos
revelam quem é seu mestre e guia: são as atitudes e práticas concretas de
partilha e de sede de justiça, de busca do Reino de Deus, de amor a um só
Senhor. O nome e os símbolos que usamos dizem pouco sem as práticas que lhes
dão concretude e credibilidade.
Sugestões para a
meditação
· Acolha a advertência de Jesus e
aplique-a a você mesmo e às lideranças que gostam de posturas formais e
respostas evasivas
· Aplicando o princípio “é pelos frutos
que nós conhecemos um líder”, o que podemos dizer das nossas lideranças
eclesiais, hierárquicas ou não?
· Em que medida também nós – pais, mães,
catequistas, religiosos, padres, – nos apresentamos como ovelhas mas atuamos
como lobos?
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