Não nos dispersemos,
cada um para seu lado mais seguro | 731 | 02.06.2025 | João
16,19-33
Estamos
no último trecho da catequese deJesus sobre o sentido da sua partida para o
Pai, das perseguições que seus discípulos sofrerão e do envio do Espírito
Consolador e animador da missão. E amanhã iniciaremos a meditação da bela
oração que Jesus dirige ao Pai, diante dos discípulos, antes de ser preso e
crucificado, e que há anos inspira a Semana de Oração pela Unidade Cristã
realizada por um grupo de Igrejas cristãs no Brasil.
Os discípulos
demonstram que não ainda superaram uma fé ilusória e limitada. Eles pensam que
Jesus adivinhou dúvidas que tinham, e imaginam que ele sabe tudo e, por isso,
prova que vem de Deus. Como Nicodemos (cf. Jo 3,1-12), eles consideram Jesus um
mestre excepcional, e se admiram do seu saber. Mas ignoram que ele é mestre
porquê entrega sua vida por amor, lava os pés dos discípulos e se importa com
todas as vidas. Ele não é mestre somente por ensinar uma doutrina clara e
oportuna.
Jesus
demonstra que conhece seus discípulos mais que eles mesmos se conhecem, e reage
com ironia. Por mais eles que pretendam dar a impressão de coragem, serão
discípulos maduros somente depois da paixão e morte de Jesus. Por isso, Jesus
os adverte que se dispersarão como um rebanho que abandona o pastor, como já
acontecera no final da multiplicação dos pães e peixes, e depois da catequese
sobre o pão verdadeiro (cf. Jo 6, 17 e 6,66). Na verdade, eles deixarão Jesus
sozinho, e cada um voltará para seus interesses. E disso Pedro também é o
protótipo.
Mesmo assim, como amigo e
realista, Jesus tranquiliza seus discípulos. Pede que eles não percam a paz, e
insiste que esta paz virá somente da permanência na união com ele, aconteça o que
acontecer. Com a entrega de Jesus por amor, a ordem injusta do mundo perde sua
legitimação religiosa e sua força, e fica desacreditada. A perseguição é certa,
mas a vitória é segura. É essa a convicção com a qual Jesus empreende sua
última e mais exigente travessia, e é isso que ele transmite aos discípulos
antes de selar o livre dom de si mesmo na cruz, em meio a outros condenados.
Sugestões para a meditação
§ Situe-se
junto aos discípulos, perceba a superficialidade da fé que eles vivem e que
nós, muitas vezes, vivemos
§ Acolha
a ironia, a advertência e as palavras consoladoras que Jesus dirige aos seus
discípulos de todos os tempos
§ O
que significa a afirmação de Jesus “eu venci o mundo”? Quais são as
consequências dessa vitória para nós, seus discípulos?
§ Como
repercute em você a advertência de que, diante das dificuldades, nos
dispersaremos, cada um para as suas coisas?
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