domingo, 1 de junho de 2025

Nã nos dispersemos!

Não nos dispersemos, cada um para seu lado mais seguro | 731 | 02.06.2025 | João 16,19-33

Estamos no último trecho da catequese deJesus sobre o sentido da sua partida para o Pai, das perseguições que seus discípulos sofrerão e do envio do Espírito Consolador e animador da missão. E amanhã iniciaremos a meditação da bela oração que Jesus dirige ao Pai, diante dos discípulos, antes de ser preso e crucificado, e que há anos inspira a Semana de Oração pela Unidade Cristã realizada por um grupo de Igrejas cristãs no Brasil.

Os discípulos demonstram que não ainda superaram uma fé ilusória e limitada. Eles pensam que Jesus adivinhou dúvidas que tinham, e imaginam que ele sabe tudo e, por isso, prova que vem de Deus. Como Nicodemos (cf. Jo 3,1-12), eles consideram Jesus um mestre excepcional, e se admiram do seu saber. Mas ignoram que ele é mestre porquê entrega sua vida por amor, lava os pés dos discípulos e se importa com todas as vidas. Ele não é mestre somente por ensinar uma doutrina clara e oportuna.

Jesus demonstra que conhece seus discípulos mais que eles mesmos se conhecem, e reage com ironia. Por mais eles que pretendam dar a impressão de coragem, serão discípulos maduros somente depois da paixão e morte de Jesus. Por isso, Jesus os adverte que se dispersarão como um rebanho que abandona o pastor, como já acontecera no final da multiplicação dos pães e peixes, e depois da catequese sobre o pão verdadeiro (cf. Jo 6, 17 e 6,66). Na verdade, eles deixarão Jesus sozinho, e cada um voltará para seus interesses. E disso Pedro também é o protótipo.

Mesmo assim, como amigo e realista, Jesus tranquiliza seus discípulos. Pede que eles não percam a paz, e insiste que esta paz virá somente da permanência na união com ele, aconteça o que acontecer. Com a entrega de Jesus por amor, a ordem injusta do mundo perde sua legitimação religiosa e sua força, e fica desacreditada. A perseguição é certa, mas a vitória é segura. É essa a convicção com a qual Jesus empreende sua última e mais exigente travessia, e é isso que ele transmite aos discípulos antes de selar o livre dom de si mesmo na cruz, em meio a outros condenados.

 

Sugestões para a meditação

§ Situe-se junto aos discípulos, perceba a superficialidade da fé que eles vivem e que nós, muitas vezes, vivemos

§ Acolha a ironia, a advertência e as palavras consoladoras que Jesus dirige aos seus discípulos de todos os tempos

§ O que significa a afirmação de Jesus “eu venci o mundo”? Quais são as consequências dessa vitória para nós, seus discípulos?

§ Como repercute em você a advertência de que, diante das dificuldades, nos dispersaremos, cada um para as suas coisas?

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