Onde está o nosso
tesouro, aí está também nosso coração | 749 | 20.06.2025 | Mateus
6,19-23
A parte do
evangelho de Mateus que conhecemos como “sermão da montanha” é uma iniciação
dos discípulos à novidade do Reino de Deus sus. Depois de dar exemplos de uma
nova interpretação da antiga Lei, e depois de falar criticamente das práticas
de piedade (esmola, oração e jejum), Jesus adverte seus discípulos sobre os
compromissos do coração, ou seja, sobre a opção fundamental que orienta e
unifica todas as ações.
Hoje Jesus adverte os discípulos e demais ouvintes sobre a
insensatez e a imprudência da cobiça. Os “tesouros na terra” são a obsessão de
possuir sempre mais, o consumo desmedido, o sucesso a qualquer custo. Apesar da
sua aparência e promessa, estas são coisas instáveis cuja posse nunca está
garantida, coisas sem valor verdadeiro, sempre sujeitas à deterioração. Tratar
isso como essencial equivale a negligenciar a vontade de Deus.
Jesus propõe a busca de “tesouros no céu”, que são os valores do
Reino de Deus: a misericórdia, a compaixão, a partilha solidária e a
fraternidade como bens imperdíveis e indestrutíveis. Sobre isso Jesus já
falara, de algum modo, nos trechos anteriores. Trata-se então de ter isso como
desejo sincero, preponderante, profundo e permanente. Em outras palavras:
transformar isso em uma “opção fundamental”, que baseia e orienta tudo.
Jesus ilustra a diferença entre estes dois projetos de vida com
a metáfora do olho. Na cultura do povo do seu tempo, os olhos eram considerados
uma espécie de faróis que projetam para fora a luz que vem de dentro. Então, se
nossos olhos faíscam cobiça, são faróis que só projetam escuridão doentia, e
tornam nossa vida algo tenebroso. Se nossos olhos estão fixos no reino de Deus,
projetam luz clara, suave e benfazeja.
O enfoque sincero e profundo no
reino de Deus significa: para os ricos, ruptura com a cobiça, renúncia à
acumulação, partilha solidária; para os pobres, confiança profunda em Deus, que
cuida de nós como o faz um pai; cooperação solidária com os iguais ou mais
necessitados; superação da tentação de imitar os ricos e poderosos. O seguimento
de Jesus é uma aventura bela, mas, igualmente exigente.
Sugestões para a
meditação
§ Quais são os valores que “brilham aos
nossos olhos”, que mobilizam e potencializam nossas energias e nossas buscas?
§ Como entender que a busca da
prosperidade a qualquer custo tenha ocupado o lugar da justiça em muitas
pregações?
§ Que pedidos ou súplicas costumam ocupar
os primeiros lugares nas “listas de desejos” que diariamente apresentamos a
Deus?
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