domingo, 15 de junho de 2025

Tome a iniciativa!

Sejamos audaciosos na ruptura com toda violência | 745 | 16.06.2025 | Mateus 5,38-42

No sermão da montanha, uma espécie de curso de iniciação dos discípulos ao Evangelho, Jesus se apresenta como o intérprete e consumador da Lei e dos costumes do judaísmo. Hoje nos deteremos no quinto exemplo de releitura da Lei que ele desenvolve, como Mestre que ensina com autoridade e ousadia. Não domestiquemos a novidade do Evangelho!

A vingança parece fazer parte da condição humana e da história das sociedades. O judaísmo quis limitar a violência ao “olho por olho e dente por dente”. E isso já era um avanço diante da violência ilimitada que a vingança desencadeava. Mas Jesus pede muito mais que isso. Ele pede que quebremos o círculo ou a lógica da violência, que passemos da simples reação contra a violência sofrida à iniciativa positiva e à gratuidade. “Não enfrenteis quem é malvado” (com a mesma prática), diz Jesus.

Jesus dá alguns exemplos de como fazer isso concretamente. Num contexto em que o tapa no rosto era um insulto de uma pessoa superiora contra outra pessoa tratada como inferior, oferecer a outra face a quem bate é expressão inequívoca de dignidade e de superioridade ética, de capacidade de iniciativa, uma atitude fundamental de não-violência ativa. Isso jamais pode ser visto como sinal de fraqueza e submissão.

Num ambiente no qual era comum um rico penhorar as vestes de um pobre endividado com ele, entregar também o manto, todas as vestes, era uma forma de expor a humanidade nua, aquela humanidade que iguala a todos os seres humanos. Era um jeito de protestar e de desmascarar a violência dos prepotentes, uma forma de eloquente ação simbólica e profética.

Num contexto em que os soldados romanos obrigavam o povo nativo a caminhar com eles e carregar as armas que serviam para intimidá-los, caminhar o dobro do que era imposto significava não entrar no jogo dos opressores, tomar a iniciativa e ser mais digno que eles. O ensinamento de Jesus não é submissão, mas uma via alternativa e de maturidade humana.

 

Sugestões para a meditação

§ Deixe ressoar em você este ensino que Jesus viveu pessoalmente: não pagar com a mesma moeda, não ser uma pessoa reativa, mas inovadora

§ Recorde cenas e acontecimentos da vida de Jesus que demonstram que ele viveu em primeira pessoa isso que ensina aos seus discípulos

§ O que significa hoje oferecer a outra face, dar o manto a quem quer se levar a túnica, andar o dobro daquilo que nos impõem os violentos?

§ Como poderíamos praticar o ensino de Jesus nas relações violentas que infestam as redes sociais?

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