Tenhamos em nós a
alegria de Cristo em sua plenitude | 733 | 04.06.2025 | João
17,11-19
Estando
prestes a fazer a travessia da cruz, e conhecendo a fragilidade e a grandeza de
coração daqueles que decidiram segui-lo, Jesus pede ao Pai que seja guarda e
protetor deles, especialmente na sua ausência e nas perseguições. “Pai santo,
guarda-os em teu nome. Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome. E
guardei-os, e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição”.
Mas Jesus
pede mais. Ele não deseja apenas que sejamos protegidos por uma espécie de
grande mãe ou grande pai, mas que a alegria dele se realize plenamente em nós.
E essa alegria plenamente realizada consiste na vivência do amor generoso e
incondicional com o qual ele ama a todos, na capacidade de doar-se sem medidas,
no empenho para viver uma união de vontades e metas tão forte como aquela que
une Jesus ao Pai. É a alegria de saber-se amado incondicionalmente pelo Pai.
Por isso
mesmo, a proteção e o cuidado que Jesus pede ao Pai em favor dos seus
discípulos não significa tirá-los do mundo e eliminar os desafios e exigências
da missão. Recebendo o Espírito, seus seguidores rompem com a lógica do mundo,
mas a missão testemunhal os insere no mundo como uma comunidade alternativa. A
perfeita união de vontades e de projeto é o pressuposto e a meta da missão, e,
ao mesmo tempo, a vacina que elimina relações de dominação.
Jesus também chama o Pai de
“santo”, e fala da santificação de si mesmo e dos discípulos a ele. Esta
santidade significa ruptura e distanciamento do mundo e da sua lógica de
indiferença e dominação. Jesus e quem o segue são consagrados/separados para a
prática do amor, a verdade que vem de Deus. São separados para serem enviados
em missão no mundo, para servir à humanidade. A bússola que os mantém no
caminho correto é a Palavra de Deus. E o culto verdadeiro ao Deus verdadeiro é
sempre serviço ao Homem. Nisso, Jesus não nos dá apenas o exemplo, mas também a
força, o Espírito que moveu ele e que nos moverá na missão.
Sugestões para a meditação
§ Situe-se junto de Jesus, compartilhe
seus sentimentos, e entre com ele no espírito da oração
§ Perceba como ele pede, com serenidade e
insistência, pelos discípulos – por nós! – que o Pai confiou a ele
§ O que significa concretamente hoje
“ficar no mundo” ou “ser enviado ao mundo”, mas sem “ser do mundo”? Como isso
pode estimular e dirigir as relações ecumênicas?
§ Que invocações o próprio Jesus
acrescentaria no contexto de hoje?
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