segunda-feira, 7 de agosto de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (72)

Ano A | 18ª Semana Comum | Terça-feira | Mateus 12,22-36

(08/08/2023)

Depois de saciar a multidão faminta com a partilha solidária de pão e peixe, Jesus envia os discípulos à sua frente, enquanto se retira para rezar durante toda uma noite, sozinho, como ensinara aos seus discípulos. Em oração, ele renova seu compromisso para que o nome do Pai seja santificado, que que venha seu Reino, sua vontade seja feita, e que o pão chegue a todas as mesas. Nos momentos críticos, essa relação de aliança e fidelidade com o Pai se faz mais necessária.

Paralelamente, já no meio do mar e da noite, o barco dos discípulos é agitado pelo vento e pelas ondas. Certamente a agitação é também interior, pois eles ficam assustados frente à compaixão de Jesus pelo povo e à convocação de todos a colaborarem com o atendimento às suas necessidades essenciais. O mar representa todas as forças adversas, tanto interiores como exteriores, inclusive a pressão do império romano amplamente perceptível.

A aproximação de Jesus em meio ao mar agitado e ameaçador não resolve a situação, e até a torna mais grave, pois, pensando que ele fosse um fantasma, os discípulos começam a gritar de pavor e medo. Por isso, as primeiras palavras de Jesus são para acalmar e encorajar seus seguidores, insistindo que é ele mesmo, e não uma fantasia deles. Ao fazer seu pedido de poder caminhar sobre o mar, Pedro deixa entrever que a dúvida sobre quem é que se aproxima continua.

A aparente fé e submissão de Pedro a Jesus denota um certo desejo de participar do seu poder, mas não consegue disfarçar o medo e a fragilidade que o envolvem, e são mais profundas que a própria fé. Quando ele grita de medo, temendo mais as ondas e o vento que ao próprio Jesus, este lhe estende a mão e adverte: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” Não é a “pacificação” das ondas que acalma os discípulos, mas a confiança que acalma as ondas. E assim que ele entra no barco, tudo se acalma, e Jesus é reconhecido como Filho de Deus.

As tribulações e riscos fazem parte da vida dos/as discípulos de Jesus: medo, cansaço, incompreensão, vontade de abandonar tudo. Mas precisamos deixar a palavra de Jesus ressoar forte em nossos ouvidos e em nosso coração e segurar a mão que ele nos estende. É assim que teremos condições de prosseguir, com e como ele, o ministério de restaurar a vida dos pobres, predominante nos ministérios ordenados mas comum a todas as vocações eclesiais.

 

Meditação:

§  Participe das três cenas: Jesus retirando-se para uma noite de oração; os discípulos no meio do mar agitado pelas ondas, gritando de pavor no meio da noite; a aproximação de Jesus, seu diálogo com Pedro e a calmaria que se fez

§  Tente perceber o conteúdo do diálogo orante de Jesus com o Pai: certamente ele faz menção à morte de João Batista, à sua compaixão pelo povo, ao pão tornado acessível a todos, aos discípulos que ele havia enviado à sua frente

§  Recorde situações de aperto e desespero pelas quais você passou, e como a fé na presença de Jesus lhe ajudou

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