Ano A | 18ª
Semana Comum | Terça-feira | Mateus 12,22-36
(08/08/2023)
Depois de saciar a multidão faminta com a partilha
solidária de pão e peixe, Jesus envia os discípulos à sua frente, enquanto se
retira para rezar durante toda uma noite, sozinho, como ensinara aos seus
discípulos. Em oração, ele renova seu compromisso para que o nome do Pai seja santificado,
que que venha seu Reino, sua vontade seja feita, e que o pão chegue a todas as
mesas. Nos momentos críticos, essa relação de aliança e fidelidade com o Pai se
faz mais necessária.
Paralelamente, já no meio do mar e da noite, o
barco dos discípulos é agitado pelo vento e pelas ondas. Certamente a agitação
é também interior, pois eles ficam assustados frente à compaixão de Jesus pelo
povo e à convocação de todos a colaborarem com o atendimento às suas
necessidades essenciais. O mar representa todas as forças adversas, tanto
interiores como exteriores, inclusive a pressão do império romano amplamente
perceptível.
A aproximação de Jesus em meio ao mar agitado e
ameaçador não resolve a situação, e até a torna mais grave, pois, pensando que
ele fosse um fantasma, os discípulos começam a gritar de pavor e medo. Por
isso, as primeiras palavras de Jesus são para acalmar e encorajar seus
seguidores, insistindo que é ele mesmo, e não uma fantasia deles. Ao fazer seu
pedido de poder caminhar sobre o mar, Pedro deixa entrever que a dúvida sobre
quem é que se aproxima continua.
A aparente fé e submissão de Pedro a Jesus denota
um certo desejo de participar do seu poder, mas não consegue disfarçar o medo e
a fragilidade que o envolvem, e são mais profundas que a própria fé. Quando ele
grita de medo, temendo mais as ondas e o vento que ao próprio Jesus, este lhe
estende a mão e adverte: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” Não é a
“pacificação” das ondas que acalma os discípulos, mas a confiança que acalma as
ondas. E assim que ele entra no barco, tudo se acalma, e Jesus é reconhecido
como Filho de Deus.
As tribulações e riscos fazem parte da vida dos/as
discípulos de Jesus: medo, cansaço, incompreensão, vontade de abandonar tudo.
Mas precisamos deixar a palavra de Jesus ressoar forte em nossos ouvidos e em
nosso coração e segurar a mão que ele nos estende. É assim que teremos
condições de prosseguir, com e como ele, o ministério de restaurar a vida dos
pobres, predominante nos ministérios ordenados mas comum a todas as vocações
eclesiais.
Meditação:
§ Participe
das três cenas: Jesus retirando-se para uma noite de oração; os discípulos no
meio do mar agitado pelas ondas, gritando de pavor no meio da noite; a
aproximação de Jesus, seu diálogo com Pedro e a calmaria que se fez
§ Tente
perceber o conteúdo do diálogo orante de Jesus com o Pai: certamente ele faz
menção à morte de João Batista, à sua compaixão pelo povo, ao pão tornado
acessível a todos, aos discípulos que ele havia enviado à sua frente
§ Recorde
situações de aperto e desespero pelas quais você passou, e como a fé na
presença de Jesus lhe ajudou
Nenhum comentário:
Postar um comentário