Ano A | 21ª
Semana do Tempo Comum | Domingo | Mateus 16,13-20
(27/08/2023)
Jesus deixou a região marginal da Galileia, onde
revelara sua compaixão pela multidão faminta e tomara a iniciativa de
alimentá-la, e chegou à região de Cesaréia de Filipe. No passado, esta região
fora famosa pelo santuário dedicado a Pã, divindade protetora dos rebanhos e
pastores. Posteriormente, o rei Filipe rebatizara a cidade com o nome de
Cesaréia, em homenagem a César Augusto. Este nome mexia com a questão da
soberania política de um povo.
A primeira pergunta que Jesus dirige aos
discípulos, justamente neste lugar carregado de significado político, soa como
uma espécie de enquete: “Quem dizem os homens que é o Filho do homem?” A
expressão ‘Filho do homem’ destaca os vínculos de Jesus com os homens e
mulheres comuns, e é o nome que ele mesmo prefere e usa com mais frequência.
Entre os discípulos fez-se silêncio, e eles se
esforçaram para recordar aquilo que o povo dizia depois de ter escutado Jesus.
As respostas que eles resumem vinculam Jesus claramente ao movimento profético.
O povo identifica a ação e a pregação de Jesus com a missão dos grandes
profetas, aqueles homens que falavam e agiam em nome de Deus e defendiam o
direito dos oprimidos.
Jesus escuta atentamente a resposta dos discípulos,
mas não comenta. Faz-se novamente silêncio. Olhando os discípulos nos olhos, Jesus
pergunta-lhes enfaticamente: “E vocês, quem dizem que eu sou?” O
que interessa a Jesus são as fantasias e expectativas que povoam a mente e o
coração dos homens e mulheres que seguem seus passos e escutam suas palavras.
A pergunta tocava direto nas expectativas que eles
alimentavam sobre Jesus e colocava em questão a relação que tinham com ele. No
fundo, Jesus perguntava “que lugar eu ocupo na vida, no projeto e nas opções de
vocês?” Com voz insegura, mas com serenidade e até uma certa ousadia, Pedro
fala em nome dos demais discípulos: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
A resposta de Pedro não nasce dos medos ou desejos
infantis de onipotência, nem é ensinada pelos doutores de plantão. O
reconhecimento de Deus presente na carne humana é dom concedido aos pequenos.
Não precisamos de fé para aderir a um deus identificado com os poderosos e as
grandes obras, mas ele é indispensável para reconhecer Deus na história e colaborar
com sua missão.
Meditação:
§ Procure
deixar em segundo plano as respostas aprendidas e responda à pergunta de Jesus
dizendo o lugar que ele ocupa na sua vida, e como ele influi nas suas relações,
ações e opções
§ Recorde
as consequências e incidências que esta resposta tem na sua vida e na vida da
sua comunidade
§ Deixe
ressoar em você a palavra de Jesus: “Feliz és tu, porque não foi um ser humano
que te revelou isso, mas o meu Pai!”
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