domingo, 13 de agosto de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (78)

Ano A | 19ª Semana Comum | Segunda-feira | Mateus 17,22-27

(14/08/2023)

Jesus já havia falado longamente aos seus discípulos sobre o seu destino, sobre o desfecho do seu caminho: a rejeição, a perseguição, a condenação e a eliminação, como se ele fosse uma pedra incômoda e dispensável na construção do mundo. Por isso, no texto de hoje ele fala disso em poucas palavras, alertando seus discípulos em relação à expectativa de sucesso.

O sentimento de tristeza dos discípulos/as não causado é apenas pelos previsíveis sofrimentos de Jesus, mas também pela frustração das próprias expectativas de sucesso e de prosperidade. Não entrava na cabeça deles a ideia de um enviado de Deus que não mostrasse poder e não fosse consagrado pelo sucesso e pela fama.

É nesse contexto que, questionados pelos funcionários do templo se Jesus não pagava os impostos, os discípulos se apressaram em blindar o mestre, afirmando que ele cumpria direitinho suas obrigações com o império injusto. Percebendo o que eles haviam dito por medo, Jesus esclarece sua posição e convida seus seguidores/as a uma reflexão lúcida e ponderada.

Tanto Jesus como os cristãos somos radicalmente livres de todo tipo de imposição, inclusive os mais dissimulados e potentes, que são aqueles que vem de dentro de nós mesmos e da cultura que herdamos. No templo e no mundo, somos filhos/as, e não estranhos/as, herdeiros/as e não escravos/as. Jesus e seus seguidores não devemos nada a ninguém, a não ser o amor.

Entretanto, essa liberdade não significa licença para fazer o que quisermos, mas aquilo que é bom, que faz bem aos outros. Por isso, mesmo sendo livres em relação a tudo, evitamos aquilo que pode escandalizar ou prejudicar os outros, especialmente as pessoas mais humildes. É isso que Jesus ilustra com sua sugestão de pagar o imposto com a ajuda do peixe.

Somos livres para amar e servir, para fazer da nossa vida um dom cotidiano e generoso pelos outros, especialmente pelas pessoas mais penalizadas e indefesas. Como nossa vida está segura nas mãos do Pai, não tememos a morte, qualquer que seja sua arma.

 

Meditação:

·    Reconstrua na imaginação a cena, observando atentamente as palavras e perguntas de Jesus, assim como a “média” que Pedro pretende fazer com os funcionários do templo

·    Perceba também a tristeza dos discípulos de Jesus diante de mais um anúncio do caminho da rejeição e da perseguição, que é o caminho de Jesus mas também o caminho de quem o segue

·    Você se sente realmente libertado por Jesus, livre inclusive da necessidade de ser o/a primeiro/a e sempre levar vantagem?


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