Ano A | 19ª
Semana Comum | Segunda-feira | Mateus 17,22-27
(14/08/2023)
Jesus já havia falado longamente aos seus discípulos
sobre o seu destino, sobre o desfecho do seu caminho: a rejeição, a
perseguição, a condenação e a eliminação, como se ele fosse uma pedra incômoda
e dispensável na construção do mundo. Por isso, no texto de hoje ele fala disso
em poucas palavras, alertando seus discípulos em relação à expectativa de
sucesso.
O sentimento de tristeza dos discípulos/as não
causado é apenas pelos previsíveis sofrimentos de Jesus, mas também pela
frustração das próprias expectativas de sucesso e de prosperidade. Não entrava
na cabeça deles a ideia de um enviado de Deus que não mostrasse poder e não
fosse consagrado pelo sucesso e pela fama.
É nesse contexto que, questionados pelos
funcionários do templo se Jesus não pagava os impostos, os discípulos se
apressaram em blindar o mestre, afirmando que ele cumpria direitinho suas
obrigações com o império injusto. Percebendo o que eles haviam dito por medo,
Jesus esclarece sua posição e convida seus seguidores/as a uma reflexão lúcida
e ponderada.
Tanto Jesus como os cristãos somos radicalmente
livres de todo tipo de imposição, inclusive os mais dissimulados e potentes,
que são aqueles que vem de dentro de nós mesmos e da cultura que herdamos. No
templo e no mundo, somos filhos/as, e não estranhos/as, herdeiros/as e não
escravos/as. Jesus e seus seguidores não devemos nada a ninguém, a não ser o
amor.
Entretanto, essa liberdade não significa licença
para fazer o que quisermos, mas aquilo que é bom, que faz bem aos outros. Por
isso, mesmo sendo livres em relação a tudo, evitamos aquilo que pode
escandalizar ou prejudicar os outros, especialmente as pessoas mais humildes. É
isso que Jesus ilustra com sua sugestão de pagar o imposto com a ajuda do
peixe.
Somos livres para amar e servir, para fazer da
nossa vida um dom cotidiano e generoso pelos outros, especialmente pelas
pessoas mais penalizadas e indefesas. Como nossa vida está segura nas mãos do
Pai, não tememos a morte, qualquer que seja sua arma.
Meditação:
· Reconstrua
na imaginação a cena, observando atentamente as palavras e perguntas de Jesus,
assim como a “média” que Pedro pretende fazer com os funcionários do templo
· Perceba
também a tristeza dos discípulos de Jesus diante de mais um anúncio do caminho
da rejeição e da perseguição, que é o caminho de Jesus mas também o caminho de
quem o segue
· Você
se sente realmente libertado por Jesus, livre inclusive da necessidade de ser
o/a primeiro/a e sempre levar vantagem?
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