quarta-feira, 2 de agosto de 2023

O Evangelho de cada dia (67)

Ano A | 17ª Semana Comum | Quinta-feira | Mateus 13,47-53

(03/08/2023)

Jesus termina a sessão na qual fala do Reino de Deus usando várias parábolas demonstrando sua preocupação em ser entendido pela multidão e com a boa formação dos discípulos: “Compreendestes tudo isso?” “Tudo isso” se refere às parábolas e ao dinamismo do Reino na história, mas também ao seu ensino e à sua ação como um todo. Ele sabe que entra a escuta e a compreensão há um longo caminho de conversão a ser percorrido. E nós também sabemos que a conversão é um dinamismo tão belo quanto exigente.

Compreender significa aderir à Boa Notícia e coloca-la em prática, e Jesus estava consciente do risco de que seus ouvintes não consigam ou não queiram mudar sua mentalidade e sua visão de Deus e do mundo. E os fatos posteriores mostrarão as dificuldades dos discípulos/as em compreender e mudar. O caminho da conversão de mentalidade é exigente!

Com a explicação da parábola da rede, Jesus volta à questão da existência de práticas de vida contrastantes, tanto na sociedade em geral como na comunidade dos discípulos e discípulas. Os peixes maus ou inaproveitáveis são as pessoas, grupos e setores que resistem aos propósitos de Deus manifestados por Jesus. Os bons são os/as discípulos/as que perseveram no amadurecimento.

A tentação do fundamentalismo e da separação dos discípulos/as que se julgam bons e puros dos outros é permanente, assim como o risco de ficar nas velhas tradições herdadas, nas “antigas lições de viver pela pátria e viver sem razões”. É preciso entender claramente a dinâmica do Reino de Deus na história, que comporta tensões, ambivalências, imperfeições, crescimento. Mas, no final, o mal e os malvados não terão a última palavra.

Tonar-se discípulo/a de Jesus supõe compromisso real e consequente com ele e disposição para aprender sempre, de mudar e alargar visão e padrões de avaliação. Ele é o modelo do especialista na Palavra, que sabe tirar coisas velhas e novas desse tesouro, mais coisas novas que coisas velhas. Os valores valem, mas precisam manter a capacidade de iluminar os novos problemas e desafios. O que é velho, bom, permanente e não muda é a misericórdia e a compaixão de Deus. Nisso ele não muda!

 

Meditação:

·      Como o sentido dado por Jesus à parábola da rede ilumina nossas urgências e estimula nossa paciência com quem se mostra lento ou resistente às mudanças?

·      Que luzes a imagem da rede que recolhe peixes bons e ruins traz para nossa convivência familiar, comunitária e social?

·      Como conjugar paciência com urgência, evitando criminalizar ou excluir quem diverge ou se opõe a nós?

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