sábado, 5 de agosto de 2023

O Evangelho de todos os dias (70)

Ano A | 18ª Semana Comum | Domingo | Mateus 17,1-9

(06/08/2023)

Na pessoa de Pedro, os discípulos haviam dito que reconheciam Jesus como “o Messias, o Filho do Deus Vivo” (cf. Mt 16,11). Mas discordaram e resistiram fortemente quando Jesus lhes disse que seria perseguido e morto pelas mãos dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos doutores da Lei (cf. 16,21-23). E fecharam os ouvidos quando Jesus colocou como condição para segui-lo tomar a cruz dos excluídos e doar a própria vida (cf. 24-28), quando propôs um modo muito particular de “ganhar a vida”.

A cena audiovisual da transfiguração de Jesus está ligada a essa situação e tem como objetivo superar a resistência dos discípulos e tornar visível a esplendorosa humanidade de Jesus. O protagonista é o Pai, e a beleza da humanidade de Jesus deixa os discípulos extasiados, tanto que desejam congelar essa visão e prolongar essa experiência. Na proposta de fazer três tendas transparece o medo de prosseguir com Jesus o caminho até Jerusalém. É como se Pedro dissesse: “É melhor parar por aqui...” Mas essa experiência com Jesus é uma espécie de chave que lhes abre o sentido da pregação e da paixão de Jesus.

A montanha e a nuvem são sinais que apontam tradicionalmente para uma manifestação divina. O que chama a atenção é que essa revelação não acontece no templo de Jerusalém, nem é dada às elites religiosas, a pessoas que se autoproclamavam mediadoras de Deus, mas num lugar marginal e a três pessoas pouco relevantes. A presença de Moisés e de Elias, além de buscar o testemunho da Lei e dos Profetas em favor daquilo que Jesus faz e ensina, também lembram que os profetas são perseguidos. A voz imperativa manda escutar e entender o que Jesus disse, diz e dirá na sua vida, morte e ressurreição.

Diante da voz que afirma que Jesus é o filho amando do Pai e deve ser escutado, os três discípulos caem de susto. Reconhecem a presença divina e se assustam com a confirmação do caminho da cruz. Deus faz Pedro calar (como em 16,23), mas o toque de Jesus cura a falta de fé, encoraja e os coloca de pé. Eles são proibidos de falar do que viram porque sua compreensão do mistério de Jesus é ainda limitada, e devem esperar a sua paixão. O imperativo que vem da voz de Deus é incontornável: todos/as devemos escutar atentamente o que diz Jesus.

 Meditação:

§  Procure participar da cena com sua imaginação: veja o desconforto dos discípulos diante do caminho proposto por Jesus, os três escolhidos subindo a montanha com Jesus, seu êxtase frente ao brilho da humanidade de Jesus, o medo que os joga no chão quando a voz pede que eles levem Jesus a sério

§  Veja o testemunho de Elias e Moisés, que lembram a incompreensão e a perseguição sofrida pelos profetas

§  Ouça a ordem de escutar o que ele diz, e sintam o toque dele encorajando e curando suas resistências e sua falta de fé

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