Ano A | 18ª
Semana Comum | Domingo | Mateus 17,1-9
(06/08/2023)
Na pessoa de Pedro, os discípulos haviam dito que
reconheciam Jesus como “o Messias, o Filho do Deus Vivo” (cf. Mt 16,11). Mas
discordaram e resistiram fortemente quando Jesus lhes disse que seria
perseguido e morto pelas mãos dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos
doutores da Lei (cf. 16,21-23). E fecharam os ouvidos quando Jesus colocou como
condição para segui-lo tomar a cruz dos excluídos e doar a própria vida (cf.
24-28), quando propôs um modo muito particular de “ganhar a vida”.
A cena audiovisual da transfiguração de Jesus está
ligada a essa situação e tem como objetivo superar a resistência dos discípulos
e tornar visível a esplendorosa humanidade de Jesus. O protagonista é o Pai, e
a beleza da humanidade de Jesus deixa os discípulos extasiados, tanto que
desejam congelar essa visão e prolongar essa experiência. Na proposta de fazer
três tendas transparece o medo de prosseguir com Jesus o caminho até Jerusalém.
É como se Pedro dissesse: “É melhor parar por aqui...” Mas essa experiência com
Jesus é uma espécie de chave que lhes abre o sentido da pregação e da paixão de
Jesus.
A montanha e a nuvem são sinais que apontam tradicionalmente
para uma manifestação divina. O que chama a atenção é que essa revelação não
acontece no templo de Jerusalém, nem é dada às elites religiosas, a pessoas que
se autoproclamavam mediadoras de Deus, mas num lugar marginal e a três pessoas
pouco relevantes. A presença de Moisés e de Elias, além de buscar o testemunho
da Lei e dos Profetas em favor daquilo que Jesus faz e ensina, também lembram
que os profetas são perseguidos. A voz imperativa manda escutar e entender o
que Jesus disse, diz e dirá na sua vida, morte e ressurreição.
Diante da voz que afirma que Jesus é o filho amando
do Pai e deve ser escutado, os três discípulos caem de susto. Reconhecem a
presença divina e se assustam com a confirmação do caminho da cruz. Deus faz
Pedro calar (como em 16,23), mas o toque de Jesus cura a falta de fé, encoraja
e os coloca de pé. Eles são proibidos de falar do que viram porque sua
compreensão do mistério de Jesus é ainda limitada, e devem esperar a sua
paixão. O imperativo que vem da voz de Deus é incontornável: todos/as devemos
escutar atentamente o que diz Jesus.
§ Procure
participar da cena com sua imaginação: veja o desconforto dos discípulos diante
do caminho proposto por Jesus, os três escolhidos subindo a montanha com Jesus,
seu êxtase frente ao brilho da humanidade de Jesus, o medo que os joga no chão
quando a voz pede que eles levem Jesus a sério
§ Veja
o testemunho de Elias e Moisés, que lembram a incompreensão e a perseguição
sofrida pelos profetas
§ Ouça
a ordem de escutar o que ele diz, e sintam o toque dele encorajando e curando
suas resistências e sua falta de fé
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