Ano A | Memória
de Nossa Senhora Rainha | Lucas 1,26-38
(22/08/2023)
No contexto da caminhada do tempo
comum, dois dias depois da solenidade da Assunção de Nossa Senhora, celebramos
a festa de Nossa Senhora Rainha, mesmo que o título ressoe estranho e
ultrapassado. E o texto do evangelho segundo Lucas ilumina esta solenidade
mariana. Minha amiga Inez chama Maria de “Graciosa”, mas essa graça ela a
recebe do Filho e compartilha conosco.
Nesta cena, o papel central é
desempenhado pelo Anjo Gabriel, e o clima é de intenso júbilo. O Mensageiro de
deus saúda Maria com uma expressão que pode ser traduzido por “Esteja bem!” ou
“Tudo de bom!” E diz que o “charme” (graça) dela encantou o próprio Deus. Mas
isso terá suas consequências, pois Maria terá que mudar os planos que traçara,
e participará da dor e da glória do seu filho.
É claro que o anjo Gabriel não está
se referindo à eventual formosura física de Maria de Nazaré. Ele fala da sua
humanidade, original e sem pecado, como a criação perfeita sonhada e saída das
mãos de Deus. Ela é a imagem da humanidade como Deus imaginou, a pessoa humana
na qual brilha a sua imagem.
Acolhedora, disponível e serviçal,
Maria não é mulher passiva, um ser humano sem personalidade. Antes, mostra-se
uma pessoa atenta e reflexiva. Ela pede explicações, quer compreender,
interroga até o próprio mensageiro de Deus. E descobrirá lentamente a bela ação
que Deus realiza nela e através dela, dando prioridade e grandeza aos humildes
e marginalizados.
Dizendo que “o poder do altíssimo a
cobrirá com sua sombra”, o Anjo se refere à nuvem que escondia e manifestava a
glória de Deus no êxodo, e apresenta Maria como tenda da presença de Deus no
mundo. E o filho que dela nascerá – o fruto bendito do seu ventre – abrirá o
caminho de um novo êxodo para uma nova terra.
E o próprio anjo antecipa traços do
filho de Maria: ele será grande, será chamado filho do altíssimo, santo, filho
de Deus, e herdará o espírito do pastor Davi. No nome que lhe será dado, está
sua missão: Deus é salvação. Isso significa que, em Jesus, Deus não se mostrará
juiz ou legislador, mas libertador dos oprimidos.
Meditação:
§ Releia
atentamente o texto, imaginando-se presente e ativo/a na anunciação, naquele
lugar perdido e obscuro da Galileia
§ Observe
o que o anjo antecipa sobre Jesus de Nazaré, o filho recém-anunciado a Maria,
razão de ser da nossa espera e da nossa alegria
§ Tome
como dirigidas a você as palavras do Mensageiro de Deus: “Alegra-te, cheia/o de
graça! O Senhor está contigo! Não tenhas medo! Encontraste graça diante de
Deus!”
§ Acolha
estas palavras como fundamento da sua vocação de ser íntegro/as e
irrepreensível e da missão na Igreja e no mundo
§ Procure
inserir seu projeto de vida no projeto que Deus tem para a humanidade e para
você
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