quinta-feira, 14 de julho de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 814

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 814

Dia 15/07/2022 | XV Semana do Tempo Comum | Sexta-feira

Evangelho segundo Mateus (12,1-8)

(1)Coloque-se em atitude de oração  

·     Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·     Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·     Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·     Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·     Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·     Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·     Prepare-se ouvindo ou cantando: Eu vim para escutar tua Palavra (https://www.youtube.com/watch?v=SCJxnuDsS_A)

 

(2)Leia o texto da Palavra de Deus

·     Leia com toda a atenção o texto de Mateus 12,1-8

·     Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·     Jesus está em plena missão itinerante, em favor da vida do povo e da formação prática dos discípulos

·     Era sábado, eles tinham fome e o alimento estava ao alcance da mão, mas não lhes pertencia

·     Os fariseus criticam a tolerância de Jesus, e Jesus colhe a ocasião para reafirmar aquilo que é realmente absoluto para Deus e para aqueles que nele creem

·     O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)Medite a Palavra de Deus

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·     Você identifica também hoje sinais de uso da fé para se dispensar da atenção à vida das pessoas?

·     E o que dizer da economia liberal, que faz da comida, da água, da saúde e de tudo o mais uma simples mercadoria, limitando o acesso de multidões a ela?

·     Como colocar em prática hoje, na sua família e na sua comunidade, a vontade de um Deus que prioriza a misericórdia e não a lei, o culto e os sacrifícios?

·     Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·     Acompanhe o caminho de Jesus com seus discípulos, participe da fome deles, observe o questionamento dos fariseus

·     Acolha palavra por palavra o ensino enfático de Jesus, os exemplos históricos que ele cita, a afirmação lapidar que faz

(5)Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     Como evitar a eterna tentação de identificar Deus com as leis e os costumes que mandam e proíbem, os lugares e dias?

(6)Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Ouça e cante o refrão: “Não dá pra fazer de conta...” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=KUk_EU7SIOk)

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Breves notas sobre Mateus 12,1-8

Aparentemente, a questão central que Jesus discute com os fariseus parece ser a questão da obediência à Lei. Porém, sobressai outra questão, mais importante: as leis e costumes que controlam a comida e o acesso a ela. A recorrente menção ao campo de trigo, aos grãos e à fome, ao ato de comer, tanto dos discípulos como de Davi e seus companheiros, não deixa dúvidas. O sistema econômico limita o direito dos pobres à alimentação, e os fariseus agem para limitar aos discípulos o acesso ao alimento.

Temos visto como o ensinamento e a prática de Jesus são alternativos, e confrontam e desafiam as leis e sistemas, e não apenas as leis religiosas. Jesus revoluciona o papel da lei, do templo e a própria imagem de Deus. Ele é o filho do homem, o Senhor, o enviado pelo Pai, para revelar e realizar a sua vontade, anunciada nas escrituras mas esvaziada pelo templo. Deus é misericórdia, e de nós ele espera misericórdia, e não cultos vazios e duros legalismos que penalizam os que já enfrentam tantas penas.

A misericórdia é a essência do relacionamento de Deus com suas criaturas, é a forma da justiça divina na relação com o ser humano, e praticá-la significa enfrentar e superar as práticas restritivas que limitam ou impedem o acesso dos seus filhos e filhas aos direitos humanos básicos, como a alimentação. A misericórdia é o dinamismo que brota da internalização das misérias do próximo. É isso que Jesus faz, com a maior liberdade, e fazem seus discípulos/as. A fome tem prioridade sobre as leis e instituições.

Jesus questiona fortemente a interpretação restritiva e fria das escrituras ensinada e praticada pelos fariseus, que se mostram sempre tão corretos. Por duas vezes ele questiona: “Nunca lestes?” E adverte: “Se tivesses compreendido o que significa...” na verdade, a leitura ou a interpretação que fazem das escrituras é limitada e interesseira. Jesus é maior que o templo e a lei, é a superação de ambos e a chave-de-leitura da verdadeira religião. Para ele, a lei, o templo e o alimento pertencem a Deus, e crer é fazê-los acessíveis a todos. Tudo isso e tudo o mais está abaixo do querer de Deus.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Solicitude pela realidade social

O desenvolvimento, assim como o uso dos recursos e a maneira de os utilizar, não podem ser separados do respeito das exigências morais. Uma destas impõe limites ao uso da natureza visível. O domínio conferido ao homem não é um poder absoluto, nem se pode falar de liberdade de dispor das coisas como melhor agrade. A limitação imposta pelo mesmo Criador e expressa simbolicamente com a proibição de «comer o fruto da árvore», mostra que, nas relações com a natureza visível, nós estamos submetidos a leis que não podem impunemente ser transgredidas(João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 34).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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