domingo, 31 de julho de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 830

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 830

Dia 30/07/2022 | XVIII Semana do Tempo Comum | Domingo

Evangelho segundo Lucas (12,13-21)

(1)Coloque-se em atitude de oração  

·     Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·     Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·     Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·     Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·     Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·     Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·     Prepare-se cantando: A Palavra de Deus, ouvida, é a verdade que nos liberta; que nos chama à nova vida...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=mb6XIsXI2Bk)

 

(2)Leia o texto da Palavra de Deus

·     Leia com toda a atenção o texto de Lucas 12,13-21

·     Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·     Esta cena está situada depois do ensino do amor ao próximo como caminho para a vida eterna e depois da visita a Marta e Maria

·     A pessoa que se dirige a Jesus parece querer bajulá-lo, não está interessado em segui-lo e luta pelo “direito” a uma herança

·     Jesus aproveita a ocasião para falar, a todos/as aqueles/as que o seguem, sobre o risco da cobiça e do acúmulo de bens

·     Ser rico diante de Deus significa ter mesa grande para acolher a todos, e não “contas gordas” ou armazéns imensos

·     Quem segue Jesus precisa aprender a avaliar o valor e a relatividade daquilo que é essencial e relativizar o resto

·     O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)Medite a Palavra de Deus

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·     Leia atentamente esse relato de Lucas, e perceba a atitude dos personagens, especialmente o ensino de Jesus

·     Preste atenção nas palavras do protagonista da parábola: o “eu” está no centro de tudo, ocupa todo o seu pensamento

·     Quais as luzes que a parábola e o ensino de Jesus trazem para quem só pensa em acumular, e para quem não tem nem o necessário?

·     O que significar hoje ser “rico diante de Deus” e “não ajuntar tesouros para si”?

·     Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·     Peça a Jesus a graça de ser generoso/a como ele, de manter o coração, as portas e a mesa abertas a todos os/as irmã/os

 

(5)Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     Como evitar a “espiritualização” dessa dura lição de Jesus sobre a questão do uso e acúmulo dos bens?

 

(6)Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Medite cantando “Deus seja louvado no pão partilhado” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=_qIZK85mrGQ)

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Feche a bíblia, apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Breves notas sobre Lucas 12,13-21

Chamando Jesus de mestre, este personagem sem nome da cena do evangelho de hoje não está expressando sua concordância ou sua adesão a ele. Jesus percebe a ironia da saudação e as contradições do demandante, tanto que, respondendo, dá a entender que, se não for aceito como mestre, também não pode ser buscado como juiz. No fundo, Jesus percebe que este indivíduo não é uma pessoa em necessidade e não é candidato a discípulo. Trata-se de alguém queimado pela ganância. Mas essa situação proporciona a Jesus a oportunidade de falar sobre a relação do discípulo com os bens.

“Atenção! Guardai-vos contra todo tipo de ganância, pois mesmo que se tenha muitas coisas, a vida não consiste na abundância de bens”. Esta é a reação de Jesus ao perceber que, por trás de muitos pedidos de “justiça”, não está uma necessidade, nem um desejo de justiça, mas o desejo de possuir bens. E, para sublinhar a seriedade da sua exortação, Jesus propõe uma parábola na qual o protagonista é uma pessoa radicalmente voltada para si mesma, extremamente ambiciosa, que fala e decide tudo sozinha e não se interessa por mais ninguém.

No final de uma safra bem-sucedida, o personagem diz a si mesmo: “Meu caro, tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe e goza da vida”. Como não lembrar aqui a parábola do rico que festejava indiferente à miséria de Lázaro que jazia à sua porta (Lc 16,19-31)? Segundo Jesus, as pessoas que agem assim são desprovidas de qualquer resquício de razão, vazias de qualquer valor humano. São o tipo de indivíduos que, com suas decisões, cavam abismos que os separam dos demais “simples humanos”.

Mas, se o acúmulo desmedido de bens é tolice e pobreza humana, o que significa ‘ser rico diante de Deus’? Está claro que, para Jesus, o problema não está nos bens em si mesmos. O mal dos bens está no obstáculo que podem interpor à liberdade radical e ao engajamento no movimento do Reino de Deus, que passa pela partilha solidária. O Reino de Deus é a pérola preciosa e o tesouro que vale mais que tudo, o terreno no qual brota o trigo que vai para a mesa dos pobres, o ventre no qual é gerada uma nova humanidade. Aos ricos, o que falta não são armazéns novos, mas uma visão mais solidaria. A pessoa rica diante de Deus aumenta o tamanho da mesa, para acolher muitos, e não o celeiro!

 (Itacir Brassiani msf)

 

O valor da formação litúrgica

A maravilha é parte essencial do ato litúrgico porque é a maneira como aqueles/as que sabem que estão engajados/as na particularidade dos gestos simbólicos olham as coisas. É a maravilha de quem experimenta o poder do símbolo, que não consiste em referir-se a algum conceito abstrato, mas em conter e expressar em sua própria concretude o que ele significa(Papa Francisco, Carta apostólica Desiderio desideravi, § 26).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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