Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 830
Dia 30/07/2022 | XVIII
Semana do Tempo Comum | Domingo
Evangelho segundo
Lucas (12,13-21)
(1)Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
cantando: “A Palavra de Deus, ouvida, é a verdade que nos
liberta; que nos chama à nova vida...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=mb6XIsXI2Bk)
(2)Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 12,13-21
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Esta cena está situada
depois do ensino do amor ao próximo como caminho para a vida eterna e depois da
visita a Marta e Maria
· A pessoa que se dirige
a Jesus parece querer bajulá-lo, não está interessado em segui-lo e luta pelo
“direito” a uma herança
· Jesus aproveita a
ocasião para falar, a todos/as aqueles/as que o seguem, sobre o risco da cobiça
e do acúmulo de bens
· Ser rico diante de Deus
significa ter mesa grande para acolher a todos, e não “contas gordas” ou
armazéns imensos
· Quem segue Jesus
precisa aprender a avaliar o valor e a relatividade daquilo que é essencial e
relativizar o resto
· O
que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3)Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Leia atentamente esse
relato de Lucas, e perceba a atitude dos personagens, especialmente o ensino de
Jesus
· Preste atenção nas
palavras do protagonista da parábola: o “eu” está no centro de tudo, ocupa todo
o seu pensamento
· Quais as luzes que a
parábola e o ensino de Jesus trazem para quem só pensa em acumular, e para quem
não tem nem o necessário?
· O que significar hoje
ser “rico diante de Deus” e “não ajuntar tesouros para si”?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4)Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
· Peça a Jesus a graça de
ser generoso/a como ele, de manter o coração, as portas e a mesa abertas a
todos os/as irmã/os
(5)Contemple a vida
à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Como evitar a
“espiritualização” dessa dura lição de Jesus sobre a questão do uso e acúmulo
dos bens?
(6)Retorne à vida
cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas
belas lições”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite cantando “Deus seja louvado no pão
partilhado” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=_qIZK85mrGQ)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Feche
a bíblia, apague a vela e conclua seu momento de oração
Breves notas sobre Lucas 12,13-21
Chamando Jesus de mestre, este personagem
sem nome da cena do evangelho de hoje não está expressando sua concordância ou
sua adesão a ele. Jesus percebe a ironia da saudação e as contradições do
demandante, tanto que, respondendo, dá a entender que, se não for aceito como
mestre, também não pode ser buscado como juiz. No fundo, Jesus percebe que este
indivíduo não é uma pessoa em necessidade e não é candidato a discípulo. Trata-se
de alguém queimado pela ganância. Mas essa situação proporciona a Jesus a
oportunidade de falar sobre a relação do discípulo com os bens.
“Atenção! Guardai-vos contra todo
tipo de ganância, pois mesmo que se tenha muitas coisas, a vida não consiste na
abundância de bens”. Esta é a reação de Jesus ao perceber que, por trás de
muitos pedidos de “justiça”, não está uma necessidade, nem um desejo de
justiça, mas o desejo de possuir bens. E, para sublinhar a seriedade da sua
exortação, Jesus propõe uma parábola na qual o protagonista é uma pessoa
radicalmente voltada para si mesma, extremamente ambiciosa, que fala e decide
tudo sozinha e não se interessa por mais ninguém.
No final de uma safra bem-sucedida, o
personagem diz a si mesmo: “Meu caro, tens uma boa reserva para muitos anos.
Descansa, come, bebe e goza da vida”. Como não lembrar aqui a parábola do rico
que festejava indiferente à miséria de Lázaro que jazia à sua porta (Lc
16,19-31)? Segundo Jesus, as pessoas que agem assim são desprovidas de qualquer
resquício de razão, vazias de qualquer valor humano. São o tipo de indivíduos
que, com suas decisões, cavam abismos que os separam dos demais “simples
humanos”.
Mas, se o acúmulo desmedido de bens é
tolice e pobreza humana, o que significa ‘ser rico diante de Deus’? Está claro
que, para Jesus, o problema não está nos bens em si mesmos. O mal dos bens está
no obstáculo que podem interpor à liberdade radical e ao engajamento no
movimento do Reino de Deus, que passa pela partilha solidária. O Reino de Deus
é a pérola preciosa e o tesouro que vale mais que tudo, o terreno no qual brota
o trigo que vai para a mesa dos pobres, o ventre no qual é gerada uma nova
humanidade. Aos ricos, o que falta não são armazéns novos, mas uma visão mais
solidaria. A pessoa rica diante de Deus aumenta o tamanho da mesa, para acolher
muitos, e não o celeiro!
(Itacir Brassiani msf)
O valor da formação litúrgica
“A maravilha é parte essencial do ato
litúrgico porque é a maneira como aqueles/as que sabem que estão engajados/as
na particularidade dos gestos simbólicos olham as coisas. É a maravilha de quem
experimenta o poder do símbolo, que não consiste em referir-se a algum conceito
abstrato, mas em conter e expressar em sua própria concretude o que ele
significa” (Papa
Francisco, Carta apostólica Desiderio
desideravi, § 26).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um
terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons
e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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