segunda-feira, 14 de agosto de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (79)

Ano A | 19ª Semana Comum | Terça-feira | Mateus 18,1-14

(15/08/2023)

Nos capítulos 18 a 20 do seu evangelho, Mateus nos oferece diversas catequeses formativas dedicadas por Jesus aos seus discípulos, a caminho para Jerusalém. Trata-se de orientações fundamentais para que a comunidade cristã viva um estilo de vida alternativo e profético, testemunhando assim a força transformadora do Evangelho na vida pessoal e nas relações comunitárias, sociais e políticas.

A tentação do elitismo e do autoritarismo rondam a comunidade dos discípulos/as de Jesus desde sempre. A pergunta sobre quem é o maior no Reino de Deus o demonstra claramente, e a resposta de Jesus quer cortá-la pela raiz. Para ilustrar a virada radical que a chegada do Reino provoca no coração das pessoas, na escala de valores e no coração do mundo, Jesus toma a figura da criança como símbolo.

Aqui, a criança não aponta para a inocência, tão ao gosto da modernidade burguesa, mas para sua condição social de fragilidade, insignificância e marginalidade. Para Jesus, as crianças são o retrato perfeito da comunidade cristã, que nasceu para viver nas margens e ensaiar uma vida alternativa ao judaísmo e ao império romano, assumindo sua minoridade.

Esse estilo de vida é contracorrente, precisa ser aprendido e exercitado tenazmente, pois é exigente. Como as crianças, os discípulos/as de Jesus são preciosos aos seus olhos, são importantes por serem pequenos, são tiradas dos últimos lugares e recebem os primeiros. E as autoridades cristãs tem o dever de protege-los. Elas podem se perder, ou seja, tornarem-se mais frágeis e vulneráveis ainda.

O Pai do céu não quer que nenhum deles se perca, e a comunidade deve assumir esse cuidado em nome de Deus. Por sua vez, os/as discípulos/as devem confiar totalmente na acolhida que o Pai suscita nas pessoas e povos aos quais forem enviados/as. Não somos grandes ou importantes pela origem, pela riqueza, pela educação, pela profissão, pela função social ou pelo poder que exercemos, mas pelo batismo e porque somos filhos/as amados/as do Pai e portadores/as do tesouro do Reino.

 

Meditação:

·    Exercite sua imaginação e procure participar da cena com todos os seus sentidos, para acolher o sentido integral do texto

·    Você percebe as ambições e expectativas de reconhecimento e precedência que às vezes se insinuam nos seus trabalhos?

·    Como você se sente em relação à condição liminar (margem, insignificância, despojamento) dos discípulos de Jesus?

·    Você tem conseguido se exercitar na confiança no cuidado do Pai e na hospitalidade na sua prática comunitária e pastoral?

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