sábado, 26 de agosto de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (91)

Ano A | 21ª Semana do Tempo Comum | Domingo | Mateus 16,13-20

(27/08/2023)

Jesus deixou a região marginal da Galileia, onde revelara sua compaixão pela multidão faminta e tomara a iniciativa de alimentá-la, e chegou à região de Cesaréia de Filipe. No passado, esta região fora famosa pelo santuário dedicado a Pã, divindade protetora dos rebanhos e pastores. Posteriormente, o rei Filipe rebatizara a cidade com o nome de Cesaréia, em homenagem a César Augusto. Este nome mexia com a questão da soberania política de um povo.

A primeira pergunta que Jesus dirige aos discípulos, justamente neste lugar carregado de significado político, soa como uma espécie de enquete: “Quem dizem os homens que é o Filho do homem?” A expressão ‘Filho do homem’ destaca os vínculos de Jesus com os homens e mulheres comuns, e é o nome que ele mesmo prefere e usa com mais frequência.

Entre os discípulos fez-se silêncio, e eles se esforçaram para recordar aquilo que o povo dizia depois de ter escutado Jesus. As respostas que eles resumem vinculam Jesus claramente ao movimento profético. O povo identifica a ação e a pregação de Jesus com a missão dos grandes profetas, aqueles homens que falavam e agiam em nome de Deus e defendiam o direito dos oprimidos.

Jesus escuta atentamente a resposta dos discípulos, mas não comenta. Faz-se novamente silêncio. Olhando os discípulos nos olhos, Jesus pergunta-lhes enfaticamente: “E vocês, quem dizem que eu sou?” O que interessa a Jesus são as fantasias e expectativas que povoam a mente e o coração dos homens e mulheres que seguem seus passos e escutam suas palavras.

A pergunta tocava direto nas expectativas que eles alimentavam sobre Jesus e colocava em questão a relação que tinham com ele. No fundo, Jesus perguntava “que lugar eu ocupo na vida, no projeto e nas opções de vocês?” Com voz insegura, mas com serenidade e até uma certa ousadia, Pedro fala em nome dos demais discípulos: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.

A resposta de Pedro não nasce dos medos ou desejos infantis de onipotência, nem é ensinada pelos doutores de plantão. O reconhecimento de Deus presente na carne humana é dom concedido aos pequenos. Não precisamos de fé para aderir a um deus identificado com os poderosos e as grandes obras, mas ele é indispensável para reconhecer Deus na história e colaborar com sua missão.

 

Meditação:

§  Procure deixar em segundo plano as respostas aprendidas e responda à pergunta de Jesus dizendo o lugar que ele ocupa na sua vida, e como ele influi nas suas relações, ações e opções

§  Recorde as consequências e incidências que esta resposta tem na sua vida e na vida da sua comunidade

§  Deixe ressoar em você a palavra de Jesus: “Feliz és tu, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai!”

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