Ano A | 20ª
Semana Comum | Domingo | Lucas 1,39-56
(20/08/2023)
O texto do evangelho de hoje é escolhido para
iluminar a solenidade da Assunção de Maria ao céu em sua integridade e unidade pessoal.
É uma afirmação recente da Igreja católica (1950), que recolhe uma tradição
milenar e indícios ou indicativos esparsos nas Escrituras e na Tradição. Com
esta celebração sublinhamos a vocação humana à vida plena e a dignidade do
corpo, especialmente do corpo das mulheres.
O episódio evangélico que nos é proposto à
meditação traduz de modo plástico e poético a presença libertadora de Deus na
história, assim como a serena alegria que ela desperta na oração e no cântico
dos pobres. Não se trata de um sonho utópico e inalcançável, mas de uma
esperança segura, que se fundamenta na fidelidade de Deus revelada ao longo da
história do povo de Israel e das comunidades cristãs.
A primeira parte da cena é uma ampliação do evento
da anunciação do anjo Gabriel a Maria e, ao mesmo tempo, uma confirmação dos
sinais indicados por ele. Recebendo a
graciosa e inesperada visita de Maria, Isabel proclama e saúda a presença do
Messias amado e esperado no seio dela, com a mesma surpresa e alegria com as quais
Davi e o povo de Israel saudaram a presença fiel e libertadora de Deus na Arca
da Aliança, quando fora acolhida festivamente em Jerusalém.
O próprio João Batista, ainda no ventre profético
de Isabel, antecipa essa alegria messiânica, e, com a mãe, reconhece e celebra
a presença de Deus no meio do povo. Maria é aclamada como bem-aventurada porque
acreditou na verdade e na força fecunda da Palavra de Deus. Nas suas palavras e
a seu modo, Isabel desvenda o significado profundo da maternidade de Maria. E
assegura, com força feminina, que as promessas de Deus serão cumpridas.
Maria
intervém com um cântico profético no qual celebra a ação de Deus no passado e
assegura a fidelidade da sua misericórdia no futuro. Nesse cântico ela, serva
humilde e humilhada, representa todos os pobres agraciados por Deus que
visualizam um mundo novo, que vence e supera forças as estruturas que dominam e
excluem. Em Maria elevada ao céu e em seu cântico profético, o êxodo se renova
e as bem-aventuranças são antecipadas.
Meditação:
· Reconstrua
a cena, acompanhando Maria na sua caminhada de Nazaré à Judéia, ao seu encontro
alegre e revelador com sua parenta Isabel
· Deixe-se
envolver pela alegria messiânica que ilumina e renova Maria, Isabel e João
Batista
§ Repita,
com Isabel, a saudação mística e profética com a qual recebe e celebra a visita
de Deus ao seu povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário