Em Cristo, nossa
humanidade foi elevada
Queridas catequistas: enxertadas em Cristo,
vocês são perseverantes peregrinas de Esperança!
Aqui estamos num dia
de clima frio, mas cheio do calor humano que brota da chama do Espírito de Deus.
Aqui nos reunimos para aprofundar nossa experiência do Mistério Divino que se
esconde e se transmite através de sinais tão simples e tão nossos como a
comunidade, a água, o pão, o vinho, o óleo e o perfume, o fogo e a luz. Este é
o dia que o Senhor fez para nós, o nosso dia no Jubileu da Esperança.
Como os apóstolos,
também nós escutamos cada dia a Santa Palavra falando-nos do mistério promissor
do Reino de Deus e participamos das refeições sagradas nas quais ele renova sua
promessa de não nos abandonar, não nos deixar órfãos. Como eles, reunidos em Jerusalém cinquenta
dias após a páscoa, nós saímos de nossas casas e comunidades, viemos a
Candelária e passamos o dia reunidos.
Mas, diferentemente
deles, não perguntamos se é agora que Jesus vai restaurar os velhos poderes e
antigas organizações. Já recebemos o Espírito Santo para sermos testemunhas de
Jesus Cristo aqui, em nossas comunidades, com as crianças, adolescentes, jovens
e adultos, em todos os espaços e situações.
Por isso, não cedemos
à tendência ou tentação de ficar parados, olhando para o céu, esperando que de
lá venham as soluções para as diversas buscas e dificuldades humanas. O
Espírito nos fez homens e mulheres novos, enxertados e regenerados em Jesus
Cristo, testemunhas capazes de peregrinar na esperança e espalhar as sementes
de uma nova humanidade e de um mundo novo.
A vida e a missão de
Jesus Cristo, a boa videira na qual fomos enxertados para receber sua seiva e
produzir seus frutos, não foi um passeio. Ele traz na cabeça, nos pés, nas mãos
e no lado as marcas da violência que costuma recair sobre os profetas e as
testemunhas. Mas é nesse corpo e nessa vida que vemos brilhar a glória maior
que desejamos e podemos alcançar: amar sem limites, até dar a própria vida;
fazer o Evangelho ecoar em nossa vida para que seja visto e ouvido por aqueles
que iniciamos na fé; caminhar sempre, sem nos deixar deter por nada, pois a
esperança de novos céus e nova terra não engana.
Nossa vida de
discípulos missionários também não é um passeio, e os aplausos não costumam
chegar com abundância. Mas continuamos, com os olhos fixos em Jesus, enxertados
nele. Haverá alegria maior que essa de ver algumas sementes do Reino de Deus –
nem que seja apenas a quarta parte, como diz a parábola – germinando e
crescendo na vida daqueles que iniciamos na vida cristã? Haverá desilusão que
possa apagar a satisfação de ver os olhos dos catequizandos adquirindo novo
brilho diante do testemunho e do anúncio de Jesus Cristo?
Vejam, queridas
catequistas: é disso que vocês são constituídas testemunhas! É ajudando aqueles
que lhes são confiados para a iniciação cristã a descobrirem a dignidade que
carregam, o cuidado e a bondade de que são capazes quer vocês anunciam e
possibilitam a conversão e o perdão dos pecados dos quais Jesus nos fala no
Evangelho de hoje.
Que vocês sejam, a
cada novo dia ou novo encontro de catequese, revestidos da Força do Alto. Que
sintam sempre de novo a dignidade à qual Jesus elevou-nos com a sua ascensão.
Que vocês experimentam hoje, de modo forte e sensível, Jesus estendendo as mãos
sobre vocês e abençoando-os. Que vocês não passem um dia sem adorar a Deus com
atitudes de amor e sem agradecer a linda vocação que receberam: serem o eco do
Evangelho de Jesus Cristo. E que ninguém roube a vocês a alegria de ser catequistas
enxertadas em Cristo, de viver em comunidade e ser membros do Povo de Deus.
Pai querido! Fazei-nos
exultar cada dia de santa alegria e fervorosa ação de graças, pois, na ascensão
de Jesus Cristo, vosso Filho e nosso Irmão, nossa pobre e bela humanidade de
catequistas foi elevada aos céus, junto a vós. Tendo nos precedido como cabeça
e catequista, ele nos chama a participar da sua glória, pois somos membros do
seu corpo, moradas do Espírito que ele nos envia gratuitamente e
abundantemente.
+Itacir
Brassiani msf
Bispo de
Santa Cruz do Sul
Um comentário:
Parabéns, Ita!
Sempre sábio!
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