O socorro aos
necessitados é a prioridade
879 | 27 de outubro
de 2025 | Lucas 13,10-17
Jesus
ensina que, quando as leis ajudam a viver o amor a Deus e ao próximo, são
importantes e boas. Mas quando já não servem para gerar e proteger a vida, ou
quando se opõem à vida e à dignidade dos pobres, devem ser abandonadas, como
ele mesmo o fez Jesus. Nesse amor, que tem dois destinatários, mas uma mesma
direção – a saída de si para priorizar o outro – se resumem as Escrituras. O
socorro das pessoas em suas necessidades vem antes e está acima das leis.
Hoje, Lucas nos apresenta
Jesus na sinagoga. Enquanto mestre, Jesus de Nazaré ensina como “boca de Deus”
e vai ao lugar especialmente destinado ao ensino da Palavra de Deus. E, mais
uma vez, enfrenta a esclerose do formalismo religioso e a violenta e cínica
tirania religiosa representada e exercida pelas lideranças que controlam o
ensino da lei, especialmente mediante a Sinagoga. Jesus mostra sua inconformidade
com isso, e não se cala nem se acomoda.
Na sinagoga, Jesus vê
uma mulher duplamente excluída: por ser doente e por ser maneada por um
espírito maligno. Ninguém dos mestres ali presentes dá a mínima atenção a ela,
com exceção de Jesus. Jesus toma a iniciativa: sem que ela peça qualquer coisa,
ele a chama, cura e liberta, estendendo a mão num solene e inequívoco gesto que
denota a ação e a proteção de Deus. Para Jesus, era inaceitável prorrogar o
sofrimento daquela mulher por causa de uma interdição legal.
Jesus curou a mulher
num dia de sábado, e a lei que mandava guardá-lo fechava os olhos de todos a
tudo o mais que não fosse o estrito cumprimento daquilo que era proibido ou
mandado. Por isso, a iniciativa de Jesus suscita a louvor intenso e agradecido
da mulher e, ao mesmo tempo, a fúria do chefe da sinagoga, que se volta contra
ela, evitando atacar Jesus diretamente. Para ele, os encurvados podem esperar,
a lei não! E se instaura a controvérsia e o debate. Como Jesus se atreve?
Jesus desmascara a hipocrisia de quem usa a religião para se
dispensar do compromisso com o próximo ou para oprimi-lo. Para Jesus, a atenção
às necessidades e ao bem das pessoas concretas está acima da lei, e manifesta o
querer claro e inequívoco de Deus. O sentido e a finalidade de todas as leis e
instituições é manter viva a memória e o sonho da criação e da libertação. É
daqui que brota a alegria e o louvor. Fora disso, só resta a vergonha.
Sugestões para a meditação
·       
Retome a cena, os gestos, perguntas e palavras de
Jesus, as reações da mulher encurvada, dos chefes da sinagoga e do povo
·       
Por quê nos custa tanto colocar a dignidade e a
necessidade das pessoas à frente das leis e ritos?
·       
Como educar e formar nossos fiéis e comunidades da
liberdade solidária do Evangelho de Jesus?
 
 
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