Manter-se no caminho
perseverando no amor
881 | 29 de outubro
de 2025 | Lucas 13,22-30
O
evangelho de hoje nos apresenta uma cena na qual alguém questiona Jesus em
relação ao número de pessoas que se salvam, à quantidade das que chegam à plena
realização humana e espiritual. Ao que parece, quem pergunta não se interessa
pelo caminho que leva à salvação, mas pelo número dos que seriam beneficiados
por ela. Na sua resposta, Jesus sublinha que a salvação não dispensa o esforço
pessoal contínuo. O caminho da salvação passa pela exigente conversão.
Jesus sublinha também
que este engajamento é tarefa para o tempo presente, e não pode ser adiado
indefinidamente. Comparando o processo de salvação a uma porta estreita, Jesus
ressalta que chegará o tempo em que o dono da casa fechará a porta e não será
mais possível entrar. Portanto, é preciso desfrutar com responsabilidade das
possibilidades de crescimento que cada momento nos oferece. O tempo propício da
salvação é agora, e aqui é o lugar para semear Reino de Deus e ajudá-lo a
florescer. É preciso conjugar adequadamente paciência e urgência.
Há gente que pensa que
somente a religião pode salvar, que as pessoas realizadas e plenamente humanas
ou santas seriam aquelas que rezam bastante, que observam as prescrições
religiosas, que regem a vida por uma moralidade estrita, que vivem neste mundo
suspirando pelo céu. Mas a religião não pode se divorciar da ética, nem do
mundo, inclusive das coisas materiais. A religião propõe uma forma específica
de viver no mundo e de se relacionar com as pessoas e coisas. Àqueles que
reduzem a religião a um conjunto de prescrições Jesus adverte: “Não sei de onde
sois...” Em lugar deles, entram no Reino de Deus muitos que eles ignoram e
desprezam. Como?
Jesus diz que “virão muitos do oriente e do ocidente, do Norte e
do Sul, e tomarão lugar à mesa do Reino de Deus”. Ou seja: alguns daqueles que
as instituições descartam ou colocam em último lugar, aos olhos de Deus são os
mais importantes e ocupam os primeiros lugares. Todos os homens e mulheres são
chamados à salvação e, de um modo que só o Espírito de Deus sabe, participam do
mistério pascal de Jesus Cristo. E, mais ainda: “Há últimos que serão primeiros,
e primeiros que serão últimos”! Esta é uma verdade que coloca em cheque nossos
pretensos méritos e certezas. Quem está de pé, cuide para não cair, diz Jesus
noutro lugar.
Sugestões para a meditação
§ Retome o episódio, não perca as nuances da pergunta e das respostas de
Jesus; saboreie aquilo que mais ressoa ou atrai você
§ Em que
medida também nós, Igreja de hoje, estamos mais preocupados com o número de
fiéis que “entram” na Igreja que com o testemunho?
§ Será que
ainda conservamos uma mentalidade segundo a qual pessoa boa é a que frequenta
as missas e paga o dízimo?
§ Como
entender hoje a imagem da “porta estreita”, evitando que signifique exclusão
daqueles que creem diversamente de nós?
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário