Quem segue Jesus
está sob o cuidado do Pai
869 | 17 de outubro
de 2025 | Lucas 12,1-7
Depois
das cinco denúncias dirigidas aos fariseus e mestres ou doutores da lei, Jesus
prossegue no seu esforço de delimitar a diferença entre eles e os discípulos
que chama, forma e envia. Mas agora fala diretamente àqueles que o seguem, e em
tom de exortação, não de crítica ou de denúncia. Trata-se de um momento e de uma
catequese muito estimulantes.
No meio de uma multidão
que se aproxima impressionada por seu ensino e sua ação libertadora, Jesus se
dirige aos discípulos chamando-os de amigos. E alerta para que estejam sempre
atentos ao fermento da hipocrisia, característica dos fariseus que pode
contaminar a comunidade cristã. As comunidades, e a Igreja como um todo, podem
sofrer essa influência. E nós sabemos o quanto isso tem acontecido, em todos os
tempos, e alcança setores e personagens da Igreja até hoje.
Este fermento é a
perversidade latente, escondida sob uma piedade não mais que aparente. Todos os
que seguimos Jesus precisamos levar uma vida transparente, crer e viver de modo
coerente, gratuito, solidário e desinteressado. Não se trata de uma adesão
meramente formal ou nominal a um sistema religioso ou a uma instituição. Jesus
ilustra isso com três conjuntos de sentenças, ligadas entre si e em
contraposição às críticas e advertências dirigidas aos fariseus e doutores da
lei (mas também aos discípulos e discípulas) que meditamos no capítulo
anterior.
Nos poucos versículos
do trecho do evangelho de hoje, Jesus fala três vezes sobre o medo. Parece que
os discípulos sentem-se acossados pelo medo de não estar à altura de cumprir
todas as minúcias da lei ensinada pelos mestres do judaísmo, e, ao mesmo tempo,
pelo medo de serem rejeitados pelo judaísmo oficial. Mas o que eles devem temer
é a perda do sentido da vida, a perda do rumo, é trilhar um caminho que não
seja o caminho de Jesus. E é isso que deveríamos temer também nós;
Chamados a evitar uma fé formal e aparente e a anunciar o
Evangelho a todas as pessoas e povos, e não apenas às elites e aos judeus, os
discípulos e amigos de Jesus devemos estar cientes de que poderemos ter o mesmo
destino do Mestre. Por isso, devemos confiar no amor e na assistência
permanente do Pai. É dessa confiança brota a ousadia e a perseverança!
Sugestões para a meditação
§ Reconstrua
a cena, veja as multidões se apertando em torno de Jesus, sedentos de palavras
e gestos de compaixão
§ Acolha
cada uma das sentenças que Jesus pronuncia, procurando dar a elas um
significado atual
§ Quais
são os medos que atordoam e desmobilizam nossas famílias, comunidades e a
Igreja como um todo?
§ Entre
na metáfora dos pardais e dos cabelos, e deixe-se envolver pela confiança que
nos faz livres e fiéis em Cristo
 
 
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