Aprendamos a discernir
os sinais dos tempos!
876 | 24 de outubro de
2025 | Lucas 12,54-59
No
episódio do evangelho de ontem, Jesus nos dizia que veio atiçar o fogo do
Espírito para que incendeie, revele e purifique nossas intenções e projetos.
Falando desse Dom Dinâmico, Jesus fala do dom de si mesmo, feito de uma vez por
todas no alto do Calvário, dom que inunda o mundo qual enxurrada, que espalha o
fogo que acende mil outros focos, como gostava de dizer Santo Alberto Hurtado.
Dizia também que é urgente que isso aconteça, e que nossa lealdade com a
justiça do Reino de Deus está acima dos laços familiares.
No trecho que lemos e
meditamos hoje, Jesus continua enfatizando a transcendência de cada momento que
vivemos e a urgência de entendê-lo bem, de não adiar nem fazer de menos da
nossa missão de reconciliar, de recriar a fraternidade entre pessoas e povos,
como nos ensinou o Papa Francisco. Para ilustrar a importância do tempo que se
chama hoje, Jesus lança mão de duas pequenas parábolas e de uma experiência
acessível às pessoas do seu tempo. Precisamos adquirir um faro afinado para
discernir o que é justo e bom, o que é urgente, o que é necessário; e para
discernir entre aquilo que, à luz do Evangelho, é essencial e aquilo que é
secundário.
Jesus está
dirigindo-se à multidão, em meio à qual estão seus discípulos. As parábolas se
referem às nuvens e ao vento, que, para as pessoas experientes, prenunciam
chuva ou calor. A sabedoria dos bons observadores do tempo interpela e estimula
os discípulos de Jesus na capacidade e na urgência de compreender os pequenos
sinais do Reino presentes na história, e de acolhê-los como oportunidade e
chamado à responsabilidade. Não é sábio e suficiente apenas recordar e repetir
o passado, pois, com frequência, “é uma roupa que não nos serve mais”! Não é bom
sinal repetir velhos princípios que, de tão universais, servem para tudo e para
nada.
Quem segue Jesus e o assume como Mestre de vida precisa aprender
a identificar o querer de Deus inscrito nos acontecimentos, e colocá-lo em
prática. Se a repetição de costumes do passado não é suficiente, é
irresponsabilidade deixar tudo para amanhã, ou terceirizar tudo, imaginando que
Deus fará aquilo que compete a nós. O tempo urge, e o aqui e agora representa a
última possibilidade para refazer as relações de fraternidade. A experiência da
reconciliação dos adversários ainda a caminho do tribunal não é sintoma de medo
ou de fraqueza, mas sinal de sabedoria e esperteza aprendidas no caminho com
Jesus.
Sugestões para a meditação
§ Retome e
reconstrua o fato, a parábola e a conclusão de Jesus, prestando atenção à força
das palavras e comparações
§ Acolha este
ensino que Jesus dirige ao povo em geral, e deixe-se iluminar pelas metáforas
da nuvem e do vento
§ O que você,
sua família e sua comunidade podem fazer para não perder “o trem da história” a
viver já aqui, e em todas as relações, a novidade do Reino de Deus.
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário