Jesus não se deixa
intimidar pelas ‘raposas’
882 | 30 de outubro
de 2025 | Lucas 13,31-35
Jesus acabava de
responder a quem perguntava se são muitas as pessoas que se salvam, e alertava
que as portas do Reino de Deus estão abertas a todos, mas tem suas exigências. Eis
que, inesperadamente, os fariseus comunicam a Jesus que ele está em perigo, que
Herodes está querendo matá-lo. Será que viraram defensores e protetores de
Jesus? Será que estavam preocupados com os riscos que enfrentava?
A cena está situada literariamente
na segunda etapa da caminhada de Jesus a Jerusalém, e ele acabara de acusar o
povo Israel de incredulidade e de elogiar ninguém menos que os pagãos. Jesus não
é ingênuo. Ele percebe a falsidade dos fariseus, pois são emissários de Herodes
e fazem o jogo dele, e pouco estão se “lixando” com o risco que ameaça Jesus.
Ele não se deixa intimidar pelo tirano.
Jesus fala de Herodes usando uma
metáfora bem conhecida da cultura brasileira. Jesus diz que o rei Herodes se
parece a uma raposa, como no Brasil são qualificados os políticos
interesseiros. Herodes rosna forte, mas não é um leão: ele não passa de um
animal pequeno, mas traiçoeiro, violento e fedorento, cujo domínio não vai além
da Galileia e da Peréia. Ele não passa de um reizinho frágil e periférico, por
mais que busque o apoio da aristocracia de Israel e bajule o imperador romano.
A imagem da raposa também ajuda a
compreender a metáfora da galinha e dos pintinhos. A galinha e seus filhotes
são objeto preferido da violência e da voracidade da raposa. Embora Jesus tente
defender e proteger o seu povo como uma galinha protege seus pintinhos, usando
do seu próprio corpo, a elite de Jerusalém refuta o caminho que Jesus percorre
e propõe. Mas ele continua sua missão como “bendito que vem em nome do Senhor”,
curando, libertando e anunciando o Reino.
Fiel
à herança profética, Jesus não muda o rumo nem o ritmo da sua missão por causa
da ameaça de um reizinho decadente. Ele prossegue, intrépido e generoso, sua
missão, sem se afastar uma vírgula da vontade do Pai para se proteger das
ameaças dos poderosos de plantão. Ele se identifica com os profetas, mas não é
uma espécie de “kamikaze” que procura a morte como ato redentor do povo e
glorificador de si mesmo. É o Pai, e não Herodes ou seus asseclas, quem vai dizer
quando e como Jesus deve dar sua missão por terminada.
Sugestões para a meditação
§ Embarque na
sugestiva metáfora da raposa que ameaça a galinha e seus pintinhos, com a qual
Jesus fala de Herodes e de si mesmo
§ Deixe-se
impressionar pela firmeza e coragem de Jesus, que continua sua missão até e
como o Pai quer
§ Perceba a
hipocrisia e a falsidade dos fariseus de todos os tempos, que defendem apenas
“pátria, (sua) família e (sua) propriedade”
§ O que fazer
diante das lideranças (cristãs e políticas) que dizem defender o povo mais
colaboram com seus opressores?
 
 
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