“Nós reduzimos o Natal a uma festa
do tubo digestivo”.
Li esta frase num dos últimos artigos
assinados por Victor Cunha Rego,
e desde ai, se penso nela,
acho que a alma me fica doendo por
muito tempo,
embrulhada numa daquelas desolações que
só tu entendes.
Ponho-me a pensar em nos, “tão pobre
que somos”,
a tentar esconder isso – feridas,
fragilidades, interrogações, limites... –
debaixo da toalha de uma abundância
ofuscante,
feita de caprichos, embrulhos e
confeitaria.
Quando tu, Senhor, nos vens
precisamente dizer
que não tenhamos medo do essencial...
que não tenhamos medo do essencial...
(José
Tolentino Mendonça, Um Deus que dança,
p. 63)
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