Senhor, não sei bem o que será viver só
de luz.
Estou tão habituado a coisas que
acabam, ao dia e à noite, aos prazos breves de duração...
Vou aceitando como inevitáveis sombras,
silêncios, capacidades...
E, contudo, hoje o que te peço é que
me ajudes a não desistir da luz.
Não quero, Senhor, recolher apenas, em
uma caixa, as figuras do presépio,
como se fosse figuras de um teatro
anual que monto para a minha consciência.
Não consigo arrumar numa gaveta as palavras que o Natal me deixou...
Não consigo arrumar numa gaveta as palavras que o Natal me deixou...
(José
Tolentino Mendonça, Um Deus que dança,
p. 62)
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