Senhor, de todas as perguntas que tu
me deixas,
há uma que cresce dentro de mim:
“Que fazes do teu tempo?”
Sabes, perco-me nas tarefas, nas
voltas a dar,
nesta ou naquela responsabilidade, num
imprevisto...
E, no meio disso tudo, confesso, o
tempo da minha vida
assemelha-se mais a uma fuga que a uma
sementeira.
Hoje queria pedir-te que me desses a
sabedoria de viver e de repartir o meu tempo.
Ajuda-me a realizar o meu trabalho e o
meu lazer,
o meu esforço e a minha pausa como
tempos de dádiva e de encontro.
Como tempos que nãos sejam apenas
tempo,
mas circulação de vida, de entusiasmo,
de criação e de afeto.
(José Tolentino Mendonça, Um Deus que dança, p. 65)
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