A paz como caminho de esperança:
diálogo, reconciliação e conversão ecológica
3. A paz, caminho de reconciliação na comunhão fraterna
A Bíblia, particularmente através dos profetas, chama as
consciências e os povos à aliança de Deus com a humanidade. Trata-se de abandonar o desejo de dominar os outros e
aprender a olhar-se mutuamente como pessoas, como filhos de Deus, como irmãos.
O outro nunca há de ser circunscrito àquilo que pôde ter dito ou feito, mas
deve ser considerado pela promessa que traz em si mesmo. Somente escolhendo a senda do respeito é que será possível romper a
espiral da vingança e empreender o caminho da esperança.
Guia-nos a passagem do Evangelho que reproduz o seguinte diálogo
entre Pedro e Jesus: “Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe
deverei perdoar? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes,
mas até setenta vezes sete” (Mt 18, 21-22). Este caminho de reconciliação convida-nos a encontrar no mais fundo do
nosso coração a força do perdão e a capacidade de nos reconhecermos como irmãos
e irmãs. Viver no perdão aumenta a nossa capacidade de nos tornarmos mulheres e
homens de paz.
O que é verdade em relação à paz na esfera social, é verdadeiro também
no campo político e econômico, pois a questão da paz permeia todas as dimensões
da vida comunitária: nunca haverá paz
verdadeira, se não formos capazes de construir um sistema econômico mais justo.
Como escreveu Bento XVI, a vitória sobre o subdesenvolvimento exige que se atue não só
sobre a melhoria das transações fundadas sobre o intercâmbio, nem apenas sobre
as transferências das estruturas assistenciais de natureza pública, mas
sobretudo sobre a progressiva abertura, em contexto mundial, para formas de
atividade econômica caraterizadas por quotas de gratuidade e de comunhão.
Papa Francisco
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