segunda-feira, 31 de maio de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 405

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 405

Dia 01/06/2021 | 9ª Semana Comum | terça-feira

Evangelho segundo Marcos (12,13-17)

(1)    Coloque-se em atitude de oração  

·          Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·          Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·          Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·          Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·          Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·          Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·          Prepare-se cantando o mantra: Quando a Bíblia e a Vida se encontram...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=oIV6JMcliXU)

 

(2)  Leia o texto da Palavra de Deus

·        Leia com toda a atenção o texto de Marcos 12,13-17

·        Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·        Para Jesus, o templo de Jerusalém estava contra Deus, e Deus não precisa dele: ele se faz presente onde dois ou três se reúnem em nome dele

·        As autoridades do templo percebem o perigo que Jesus representa à instituição, decidem mata-lo e começam as artimanhas

·        Enviam fariseus e defensores de Herodes para armar-lhe uma “pegadinha” e fabricar uma prova para condená-lo

·        Jesus acaba desmascarando a hipocrisia deles, uma vez que, submissos ao imperador invasor, colaboram com ele e a ele entregam o povo

·        Jesus deslegitima de modo implacável a figura do imperador, recusando-se a igualar os direitos dele aos direitos de Deus

·        O que a Palavra de Deus diz em si mesma?

 

(3)  Medite a Palavra de Deus

·        Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·        Recomponha o episódio, relendo a cena, percebendo a tensão e a hipocrisia, penetrando nas intenções disfarçadas dos enviados

·        Perceba como, ao longo de sua vida e neste caso, Jesus não reconhece nenhuma submissão ou lealdade ao imperador e dominador romano

·        Observe atentamente, e veja como Jesus também não opõe política e fé, nem separa a Igreja do Mundo

·        Você concorda que os donos do poder, seja ele “Augusto” ou “Capitão”, não tem direitos sobre a vida do povo, não são donos das pessoas?

·        Como evitar interpretações que manipulam este texto, ensinando que Jesus separa fé e política e reconhece o poder dos dominadores?

 

(4)  Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·     Peça a Jesus um pouco da sua lucidez profética, da sua coragem de desmascarar ideologias de submissão e falsa neutralidade

 

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     Como manter viva a voz profética que se espera dos cristãos num contexto que tende a colocar a fé a serviço da sustentação de um governo genocida?

 

(6)  Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Medite e reze com o cântico de Maria: “Peregrino nas estradas de um mundo desigual” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=jzzbQWQs61M)

·     Apague a vela e termina seu momento de oração

Pistas sobre Marcos 12,13-17

Chegando a Jerusalém, depois de uma longa e exigente viagem, que foi também um percurso formativo dos discípulos, Jesus vai ao suntuoso templo toma uma atitude claramente provocativa. Para ele, o sistema do templo deve ser mudado, por mais piedoso que pareça, e o mundo pode ser refeito, por mais que as elites digam que é o melhor dos mundos possíveis. Então as autoridades decidem matar Jesus.

Uma das estratégias para realizar esta decisão é revelada no episódio de hoje. A classe dirigente do templo manda um grupo de fariseus e de capachos de Herodes para aprontar a Jesus uma armadilha. Começam elogiando (ou ironizando?) Jesus, dizendo que ele fala sem medir as consequências. E apresentam-lhe duas questões: é ilegal pagar imposto ao imperador romano? Eles (e Jesus) devem ou não pagar?

Pagar impostos equivale a reconhecer a legitimidade do invasor, prestar-lhe lealdade, postura defendida pelos herodianos. Jesus percebe a hipocrisia que subjaz às perguntas, rejeita à tentativa de “fabricar provas” contra ele, e responde dizendo que esse não é um problema seu, mas deles. Eles perguntam se “devemos” (inclui Jesus) pagar o imposto, e Jesus responde “dai” (vós!).

Jesus não possui moedas, pede que eles as apresentem e digam qual é a figura e a inscrição que contém. A figura é do imperador romano, e a inscrição afirma que ele é o “Filho Augusto de Deus”. Um judeu fiel jamais poderia admitir isso! E o próprio soldado romano, no final do Evangelho, dirá, confirmando a inscrição que colocada na cruz (Rei dos Judeus), afirmando: “Realmente este homem era o Filho de Deus”. Jesus, não o imperador, é o “Filho Augusto de Deus”.

Mandando devolver ao imperador o que é dele (as moedas) e a Deus o que a ele pertence (o povo), Jesus não estabelece de modo nenhum uma equivalência entre os dois. E, da mesma forma, não afirma a separação entre fé e política, ou entre Igreja e o mundo. No mundo, os cristãos devem ser sal, luz e fermento! Mas ele rejeita radicalmente a submissão a Roma.

 (Itacir Brassiani msf)

Ensinamento do Papa Francisco

Entre as causas mais importantes da crise do mundo moderno, estão uma consciência humana anestesiada e o afastamento dos valores religiosos, bem como o predomínio do individualismo e das filosofias materialistas que divinizam o homem e colocam os valores mundanos e materiais no lugar dos princípios supremos e transcendentes. Deve haver um lugar para a reflexão que provém de um fundo religioso, e que recolhe séculos de experiência e sabedoria". (Fratelli Tutti, § 257)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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