quinta-feira, 9 de março de 2023

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1053

Ano A Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1053

Dia 10/03/2023 | 2ª Semana da Quaresma | Sexta-feira

Evangelho segundo Mateus (21,33-46)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

§ Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

§ Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

§ Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

§ Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

§ Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

§ Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

§ Reze, ouvindo ou cantando: “Quero ouvir teu apelo, Senhor” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ZHACwFpiA4k)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

§ Leia com toda a atenção o texto de Mateus 21,33-46

§ Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

§ Chegando na capital e entrando no espaço do templo, Jesus acirra o seu confronto com as lideranças religiosas e políticas de Israel

§ Com a parábola de hoje, dirigida aos chefes dos sacerdotes e juízes (anciãos), Jesus os deslegitima e desmascara sua violência

§ Na compreensão de Jesus, aqueles que receberam uma missão (arrendatários), cedendo à ambição, agem como proprietários

§ Rejeitando Jesus e o Reino de Deus, descartando os diferentes e vulneráveis, eles acabam descartando o que é mais precioso

§ Jesus não prevê quando serão destituídos ou quando ocorrerá esta mudança, mas nega-lhes qualquer sustentação e legitimidade

§ O que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

§ Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

§ Leia atentamente essa parábola, com atenção aos vários enviados pelo dono e às ações típicas e perversas dos vinhateiros

§ Observe o julgamento que os próprios líderes religiosos fazem sobre os vinhateiros, sem darem-se conta de que se autocondenam

§ Qual é a sentença de Jesus sobre eles? Que sentido tem o que Jesus diz? Que sentença você daria a eles?

§ Qual é a base que sustenta e legitima sua fé em Jesus? Uma pertença apenas exterior e por tradição? Que frutos você produz?

§ Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

§ Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

§ Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

§ Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

§ Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

§ Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

§ Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

§ Peça a Jesus em favor da Igreja e da Comunidade concreta à qual você pertence, para que ela não se aposse da graça de Deus e dê frutos de fraternidade, solidariedade e sinodalidade

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

§ Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

§ Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

§ Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

§ Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

§ Que passos nossas comunidades precisam dar para superar a pretensão descabida de sermos superiores às demais pessoas?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

§ Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

§ Recite a invocação: “Jesus, que mandas dar alimento a quem tem fome, fazei-nos compassivos com eles, em teu nome!”

§ Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

§ Ouça e cante “Voz e luz” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=fBHxrFcTRWA)

§ Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

§ Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Anotações sobre Mateus 21,33-46

Voltamos ao enfrentamento entre Jesus e a elite religiosa, no templo. O trecho de hoje explicita a tensão inconciliável entre esta elite e a pessoa e o ensino de Jesus. Também neste caso, a parábola é clara, e dispensa uma nova narração. No final, com sua habilidade, Jesus leva seus adversários a pronunciar a própria autocondenação.

Com esta parábola, Jesus sublinha as consequências fatais da indiferença ou da rejeição do Reino de Deus e de sua pessoa e missão, visceralmente ligadas ao Reino. A identidade e a missão de Jesus estão na linha dos grandes profetas enviados por Deus para defender seus direitos estabelecidos na aliança, que são os direitos dos mais pobres e vulneráveis diante dos prepotentes. Com isso, acabam atraindo sobre si a ira e a violência.

Os chefes dos sacerdotes e outras lideranças políticas e religiosas de Israel agem como se fossem senhores da vida e da morte do povo, e como se fossem os únicos mediadores e intérpretes autorizados da vontade de Deus. Eles receberam uma responsabilidade ou uma missão, mas agem em causa própria, torcem a vontade de Deus, legitimam as violências perpetradas contra os pobres e indefesos, e eliminam quem ousa criticá-los.

Jesus denuncia e deslegitima os “vinhateiros” e “doutores” que se apossaram da vinha e se assentaram na cátedra de Moisés. Rejeitando Jesus e interpondo dificuldades à vida dos pobres, eles descartam o próprio Deus e sacralizam o que lhes assegura vantagens. E a advertência de Jesus é clara: Deus não se deixa enganar por uma adesão simplesmente externa, e, menos ainda, por uma pretensa “supremacia” étnica.

São os próprios líderes criticados que se qualificam como “canalhas” e “perversos”, e afirmam não serem dignos de confiança. A insistência de Jesus numa fé que produza frutos de misericórdia e justiça enfatiza que a autenticidade da fé não consiste na estética (gestos e palavras bonitas e corretas) e não é étnica (pertencer a um povo específico ou a uma “raça superior”), mas essencialmente ética: produzir frutos de diálogo, de misericórdia e de acolhida.

 (Itacir Brassiani msf)

 

“Dai-lhes vós mesmos de comer!”

É preciso que se tornem acessíveis aos homens e mulheres todas as coisas de que necessitam para levar uma vida verdadeiramente humana, como o alimento, o vestuário, a habitação; o direito a escolher livremente o estado de vida e de constituir uma família e o direito à educação, ao trabalho, à boa fama, ao respeito, à conveniente informação; o direito a agir segundo a reta norma da sua consciência; o direito à proteção da vida particular e à justa liberdade, também em matéria religiosa” (Bispos do Brasil, Texto-base da Campanha da Fraternidade 2023, § 35).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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