sexta-feira, 10 de março de 2023

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1054

Ano A Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1054

Dia 11/03/2023 | 2ª Semana da Quaresma | Sábado

Evangelho segundo Lucas (15,1-3.11-32)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

§ Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

§ Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

§ Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

§ Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

§ Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

§ Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

§ Reze, ouvindo ou cantando: “Quero ouvir teu apelo, Senhor” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ZHACwFpiA4k)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

§ Leia com toda a atenção o texto de Lucas 15,1-3.11-32

§ Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

§ Diante da crítica porque acolhida “gente sem dignidade” e se confraternizava com eles, Jesus conta três parábolas

§ Se Jesus quisesse enfatizar o caminho de “conversão” do filho mais novo, bastaria uma história com ele e o pai como personagens...

§ Jesus chama a atenção para a necessidade de conversão do irmão mais velho, pois ele se considera justo, melhor, exemplar, cheio de direitos, incapaz de aceitar o outro como irmão

§ Diante de pessoas que se isolam ou são descartadas e, por isso, vivem uma “vida de porco” ninguém pode se mostrar indiferente

§ A fidelidade ao Pai e à sua vontade, a retidão diante dele, passa pelo reconhecimento e acolhida aos irmãos “diferentes”

§ O que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

§ Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

§ Leia atentamente essa parábola, considerando os versículos iniciais e a atitude do pai e do irmão mais velho

§ Qual é hoje a reação dos cristãos diante do chamado da Igreja e do Papa a uma fraternidade sem fronteiras?

§ Como você se sente diante dessa parábola? Você concorda e aceita tranquilamente a atitude do pai?

§ Com qual dos três personagens você se sente identificado? Com qual deles precisa se identificar para seguir Jesus de verdade?

§ Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

§ Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

§ Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

§ Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

§ Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

§ Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

§ Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

§ Imagine-se no lugar do irmão mais novo e também do mais velho e, a partir desses lugares, apresente ao Pai a oração que convém a um discípulo missionário do Reino de Deus

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

§ Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

§ Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

§ Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

§ Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

§ Como viver em nossas relações a provocação de uma relação de acolhida e reconhecimento que desconhece qualquer fronteira?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

§ Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

§ Recite a invocação: “Jesus, que mandas dar alimento a quem tem fome, fazei-nos compassivos com eles, em teu nome!”

§ Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

§ Ouça e cante “Voz e luz” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=fBHxrFcTRWA)

§ Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

§ Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Anotações sobre Lucas 15,1-3.11-32

Avançando em nossa caminhada quaresmal, a Igreja nos brinda hoje com uma das mais belas e conhecidas páginas dos evangelhos: a conhecida parábola do filho pródigo, que seria mais justo designar como parábola do pai misericordioso. Explico: partindo das tensões descritas nos versos 1-3, fica claro que o personagem central não é o filho mais novo, e sim o pai e o filho mais velho.

Enquanto os publicanos e demais categorias de gente considerada “pecadora” se aproxima e confraterniza com Jesus, os fariseus o acusam de misturar-se e aliar-se com gente suspeita. Evidentemente, quem critica e acusa se sente melhor, superior, com mais méritos que aqueles que são acolhidos por Jesus. E a parábola tem exatamente o objetivo de ilustrar como Deus costuma tratar seus filhos e filhas.

Observemos que o pai tem dois filhos: o filho mais novo acaba caindo na miséria mais extrema, vivendo como estrangeiro e forçado a se alimentar da ração dada aos porcos (imagem dos publicanos e demais pecadores); o filho mais velho, cumpridor minucioso das leis e costumes, tem tudo e mais do que necessita (figura dos fariseus). O primeiro tem a sensação de não ser filho de Deus; o segundo, se considera cheio de direitos e não aceita a misericórdia.

O pai, que é figura e imagem do Deus do Reino, em nome de quem Jesus vem e age, trata ambos como filhos necessitados de acolhida e amparo, mesmo que não mereçam este tratamento. O pai não se interessa pela contrição do filho em situação de miséria e nem deixa que ele a termine. Deus é Pai, e não juiz ou delegado de polícia! Ele não trata ninguém como empregado, pois todos/as são seus filhos/as, e jamais deixam de sê-lo. Neste mundo, que é sua casa, ele não quer que uns fiquem com tudo e outros fiquem sem nada.

É claro que esta parábola é um chamado contundente e urgente à conversão. Mas este pedido é dirigido ao filho mais velho! Pois é ele que não reconhece o amor do pai, não dialoga com o irmão, não o reconhece, nega a fraternidade que torna todos/as iguais, e defende a primazia do merecimento, que nos separa.

 (Itacir Brassiani msf)

 

“Dai-lhes vós mesmos de comer!”

“O direito à alimentação adequada é um direito humano inerente a todas as pessoas de ter acesso regular, permanente e irrestrito, quer diretamente ou por meio de aquisições financeiras, a alimentos seguros e saudáveis, em quantia e qualidade adequadas e suficientes, correspondentes às tradições culturais do seu povo e que garantam uma vida livre do medo, digna e plena nas dimensões física e mental, individual e coletiva” (Bispos do Brasil, Texto-base da Campanha da Fraternidade 2023, § 36).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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