quarta-feira, 29 de março de 2023

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1073

Ano A Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1073

Dia 30/03/2023 | 5ª Semana da Quaresma | Quinta-feira

Evangelho segundo João (8,51-59)

(1)Coloque-se em atitude de oração  

§  Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

§  Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

§  Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

§  Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

§  Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

§  Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

§  Prepare-se ouvindo a canção “A palavra de Deus ouvida...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=jg_geU66pxE)

 

(2)Leia o texto da Palavra de Deus

§  Leia com toda a atenção o texto de João 8,51-59

§  Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

§  Continuamos com a discussão entre Jesus e o “pessoal do templo”, em frente ao tesouro do templo

§   O foco da discussão é a identidade e as pretensões de Jesus, e em nome de quem ele faz o que faz e diz o que diz

§  Ao distinguir-se de Abraão (o pai dos Judeus) e apresentar-se como Filho de Deus, Jesus foge das malhas étnicas e nacionalistas

§  Jesus reivindica para si o conhecimento de Deus como Pai, pois é sua ação que o demonstra, enquanto é negado pelo templo

§  Acusando Jesus de estar possuído, e pegando em pedras para mata-lo, os líderes provam que o templo não é mais casa de Deus

§  O que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)Medite a Palavra de Deus

§  Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

§  Releia o texto atentamente, participe do debate, interaja com os protagonistas, perceba o que está em jogo

§  Qual é a imagem que fazemos de Deus, e em que medida essa imagem nos emancipa e nos torna solidários e libertadores?

§  Nossa imagem de Deus está preso a ideologias como o machismo, o nacionalismo, o patriarcalismo, o liberalismo?

§  Em que medida, para defender nossa ideia de Deus e nossa religião, somos capazes de usar de violência contra os outros?

§  Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)Reze com o texto lido e meditado

§  Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

§  Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

§  Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

§  Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

§  Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

§  Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

§  Peça a Deus a graça de conhece-lo sem apossar-se dele, e de amá-lo amando a todas as pessoas, em sua diversidade e originalidade

 

(5)Contemple a vida à luz da Palavra

§  Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

§  Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

§  Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

§  Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

§  O que fazer para libertar nossas igrejas de visões distorcidas de Deus e ajuda-las a superar atitudes que discriminam e excluem?

 

(6)Retorne à vida cotidiana

§  Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

§  Recite a invocação: “Jesus, que mandas dar alimento a quem tem fome, fazei-nos compassivos com eles, em teu nome!”

§  Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

§  Medite e reze com a canção “A verdade vos libertará” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=udLw5npxd74)

§  Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

§  Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Anotações sobre João 8,51-59

O texto de ontem terminava com Jesus acusando indiretamente as lideranças religiosas (“o pessoal do templo”) de serem assassinas, e justificarem suas ações com uma imagem pervertida de Deus. Na sequência, Jesus nega que eles sejam filhos de Abraão, e diz que eles são filhos do diabo, ou filhos da mentira. A reação é violente: Jesus é acusado de ser samaritano e estar possuído pelo demônio.

Quando Jesus insiste que seu ensino ilumina e conduz à vida e à liberdade, que quem o segue não será envolvido pelas trevas da morte, o pessoal do templo pensa ter encontrado uma prova da sua loucura, pois a vida demonstra que todos morrem, inclusive Abraão e os profetas. Eles não conhecem senão a vida mortal e a morte amarga. Não conseguem entender que a vida pode ser vazia e tediosa, ou intensa e indestrutível.

Essa discussão é permeada pela ironia, tanto por parte do pessoal do templo como de Jesus. Isso aparece tanto nas perguntas como nas respostas de ambas as partes: “Quem pretendes ser?  Acaso és maior que nosso pai Abraão?” “Não tens 50 anos e vistes Abraão?” Mas a ironia não toma o lugar do conteúdo em discussão: Quem de fato conhece a Deus e realiza as ações queridas por ele?

Jesus não reivindica nem recorre a títulos para falar de si mesmo. Ele conhece a Deus como Pai, e demonstra que é seu Filho e seu Enviado porque participa da sua ação em defesa do ser humano. Tomando distância de Abraão, e afirmando que ele é pai “de vocês”, Jesus escapa das amarras de raça e de nação. Deus, enquanto Pai, estende nossos laços de fraternidade a toda a humanidade.

Por fim, Jesus diz que Abraão exultou e se alegrou ao visualizar “o meu dia”. Não é Jesus que viu Abraão, mas Abraão que viu profeticamente em Jesus o Enviado de Deus e o início dos esperados tempos messiânicos. Quando Jesus afirma “antes que Abraão existisse, eu sou”, a taça da raiva das lideranças do templo transborda: eles pegam em pedras para executar Jesus, comprovando que são assassinos e que o templo deixou de ser casa de Deus e se tornou lugar de comércio, violência e morte.

 (Itacir Brassiani msf)

 

“Dai-lhes vós mesmos de comer!”

“A humanidade produz comida suficiente para todas as pessoas, mas muitas ficam sem o pão de cada dia. Isso constitui um verdadeiro escândalo, um crime que viola os direitos humanos básicos. Portanto, é um dever de todos extirpar essa injustiça através de ações concretas e boas práticas, e através de políticas locais e internacionais ousadas (Bispos do Brasil, Texto-base da Campanha da Fraternidade 2023, § 57).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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